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EUA: suspeito de vazar documentos do Pentágono é preso

O suspeito é Jack Teixeira, de 21 anos, integrante da Guarda Aérea Nacional de Massachusetts. Ele havia sido identificado pelo The New York Times antes de sua prisão

Prédio do Pentágono, em Arlington, no estado da Virgínia / Foto: Library of Congress/Carol M. Highsmith

Um integrante da Guarda Aérea Nacional de Massachusetts foi preso nesta quinta-feira (13) em conexão com o vazamento de documentos classificados que foram postados online, de acordo com uma autoridade dos Estados Unidos familiarizada com o assunto.

A prisão de Jack Teixeira, 21, ocorre após uma busca rápida do governo dos EUA pela identidade do vazador que postou documentos confidenciais em uma plataforma de mídia social popular entre os jogadores de videogame. Os vazamento dos arquivos, altamente confidenciais, podem ser a violação de segurança mais grave em uma década no país.

Teixeira havia sido identificado pelo The New York Times antes de sua prisão na quinta-feira como o líder do grupo onde um tesouro de documentos confidenciais foi postado.

Momentos antes, o presidente norte-americano, Joe Biden, havia dito que os investigadores estavam se aproximando da fonte do vazamento de documentos de inteligência. O Departamento de Justiça abriu uma investigação criminal formal na semana passada, depois que o assunto foi encaminhado pelo Pentágono, que está avaliando os danos causados pela divulgação.

Alguns dos detalhes vazados mais sensíveis estão supostamente relacionados às capacidades e deficiências militares da Ucrânia e informações sobre aliados dos EUA, incluindo Israel, Coreia do Sul e Turquia.

Análise cuidadosa

O Departamento de Defesa ainda está analisando o assunto e tomou medidas para restringir o fluxo de tais documentos altamente confidenciais. O Pentágono fez um “esforço interagências” para avaliar o impacto do vazamento, mas autoridades dos EUA e aliados próximos já temem que as revelações possam colocar em risco fontes sensíveis e comprometer importantes relações estrangeiras.

Os legisladores do Congresso também expressaram preocupação sobre o aparente escopo do vazamento e a sensibilidade dos documentos publicados online, mas permanecem no escuro sobre o que ocorreu.

O que está nos documentos?

CNN revisou 53 documentos vazados, todos os quais parecem ter sido produzidos entre meados de fevereiro e início de março.

Eles contêm uma ampla gama de informações altamente confidenciais – fornecendo uma rara janela de como os EUA espionam aliados e adversários.

Alguns dos documentos, que as autoridades americanas dizem ser autênticos, expõem a extensão da espionagem dos EUA em aliados importantes, incluindo Coreia do SulIsrael e Ucrânia.

Outros revelam até que ponto os EUA penetraram no Ministério da Defesa russo e na organização mercenária russa Grupo Wagner, em grande parte por meio de comunicações interceptadas e fontes humanas, que agora podem ser cortadas ou colocadas em perigo.

Outros ainda divulgam as principais fraquezas no armamento ucraniano, defesa aérea e tamanho e prontidão do batalhão em um ponto crítico da guerra, à medida que as forças ucranianas se preparam para lançar uma contra-ofensiva contra os russos – e assim que os EUA e a Ucrânia começaram a desenvolver um relacionamento mais mutuamente confiável sobre o compartilhamento de inteligência.

Um documento revela que os EUA têm espionado o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky.

Isso não é surpreendente, disse uma fonte próxima a Zelensky, mas as autoridades ucranianas estão profundamente frustradas com o vazamento.

O relatório de inteligência dos EUA, que tem como fonte a inteligência de sinais, diz que Zelensky no final de fevereiro “sugeriu atacar locais de implantação russos no Oblast de Rostov da Rússia” usando veículos aéreos não tripulados, já que a Ucrânia não possui armas de longo alcance capazes de chegar tão longe.

A inteligência de sinais inclui comunicações interceptadas e é amplamente definida pela Agência de Segurança Nacional como “inteligência derivada de sinais e sistemas eletrônicos usados por alvos estrangeiros, como sistemas de comunicações, radares e sistemas de armas”.

Outro documento descreve, em detalhes notáveis, uma conversa entre dois altos funcionários da segurança nacional sul-coreana sobre as preocupações do Conselho de Segurança Nacional do país sobre um pedido de munição dos EUA.

Os funcionários temiam que fornecer a munição, que os EUA enviariam para a Ucrânia, violaria a política da Coreia do Sul de não fornecer ajuda letal a países em guerra.

De acordo com o documento, um dos funcionários sugeriu então uma forma de contornar a política sem realmente mudá-la – vendendo a munição para a Polônia.

O documento já gerou polêmica em Seul, com autoridades sul-coreanas dizendo a repórteres que planejam levantar a questão com Washington. Um relatório de inteligência sobre Israel, entretanto, provocou indignação em Jerusalém.

O relatório, produzido pela CIA e obtido da inteligência de sinais, diz que a principal agência de inteligência de Israel, o Mossad, encorajou protestos contra o novo governo do país – “incluindo vários apelos explícitos à ação”, alega o relatório.

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