EUA aumentam prisões de brasileiros que denunciam maus tratos, fome e frio
247 – Os brasileiros se tornaram alvo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que tem como cruzada o combate à imigração ilegal. Na prática, 53 brasileiros detidos em um centro católico que serve de abrigo para imigrantes ilegais em Ciudad Juárez, no México, se tornaram os primeiros a serem atingidos por uma medida do governo norte-americano que permite o envio destas pessoas para o país vizinho. Os brasileiros submetidos à prisão revelam que sofreram maus tratos, além de passarem fome e frio em celas superlotadas.
Reportagem do jornal o Estado S. Paulo destaca que até então esta medida era destinada principalmente a centro-americanos, especialmente guatemaltecos, salvadorenhos e hondurenhos. A reportagem ressalta, ainda, que “o número de brasileiros detidos na fronteira sul dos EUA disparou de 1.504, no ano fiscal de 2018 (de 1.º de outubro de 2017 a 30 de setembro de 2018), para 17.893, no ano fiscal de 2019, quase 12 vezes mais – um recorde”.
Ao longo dos primeiros meses do ano fiscal de 2020 (outubro, novembro e dezembro de 2019),as detenções alcançaram 4.469 detenções, o triplo do registrado em todo o ano de 2018. Ao todo=[ 28.316 brasileiros estão com ordem de deportação expedida pelo governo dos Estados Unidos, sendo que 983 já foram condenados e outros 313 permanecem sob custódia do Serviço de Imigração e Alfândegas.
Apesar das denúncias, o vice-presidente dos EUA, Mike Pence, disse que as comparações dos centros de acolhimento a campos de concentração eram “exageradas”. A reação do governo Jair Bolsonaro, que adotou o alinhamento automático à política externa norte-americana, sobre o assunto é nula. O chanceler Ernesto Araújo expressou esta posição ao expor que “não irá questionar as ações dos EUA”.