Espetáculo presta homenagem a Campina Grande
O espetáculo “Mambem-bê-a-bá: sem rir, sem chorar” com direção de Duílio Cunha, tem estreia prevista para o dia 10 de outubro às 20h no Teatro Municipal Severino Cabral, uma montagem feita especialmente para as comemorações do Sesquicentenário de Campina Grande, a pedido da comissão que cuida do aniversário da cidade.
O espetáculo faz parte da Campanha de Popularização do Teatro e Dança, uma realização da Prefeitura Municipal de Campina Grande através da Secretaria de Cultura / Teatro Municipal Severino Cabral e Associação Amigos do Teatro Municipal Severino Cabral.
Para montar Mambem-bê-a-bá o diretor escalou um time valioso, tendo Diógenes Maciel na dramaturgia, Erasmo Rafael na produção executiva, na assistência de direção Regina Albuquerque, trilha sonora de Erivan Silva, iluminação com Napoleão Gutemberg, cenotécnica com Renato Barros, na coordenação da equipe de figurinos Maria Anunciada, na assessoria de figurinos estão Jefferson Souza, Mona Tarsila e Natália Damião; na maquiagem Truta Lucas, Tâmara Rocha como assistente de maquiagem, a sonoplastia ficou a cargo de Nayara Brito e Samantha Pimentel na assistência de produção.
No elenco, o diretor Duílio Cunha conta com André Canuto ator que faz os personagens Monteiro e Chico Inácio; Antônio Nunes é Pantaleão; Arly Arnaud, Dona Rita; Chico Oliveira interpreta Frazão; Fabiano Raposo é Eduardo; a atriz Fátima Ribeiro faz Bonifácio e Madama; Gustavo Salles, Ator, Freguês e Irineu; Ivanneide Ouriques representa Laudelina; Roger Planchon faz Vieira e Tânia Régia a Margarida.
Duílio Cunha nos fala sobre a montagem, o aprendizado, paixão e profissão de fé pelo teatro:
“Foi com grande surpresa que recebi o convite para apresentar uma proposta de montagem teatral em comemoração aos 150 anos de emancipação política de Campina Grande. Cascavilhando papéis e imagens da memória, recuperamos o antigo desejo de fazer uma livre adaptação do texto “O mambembe”, de Artur Azevedo e José Piza, uma grande declaração de amor e defesa pelo teatro. Nesse texto escrito em 1904, muito representativo do teatro produzido no Brasil, na passagem do século XIX para o século XX, visto que mostra as aventuras e desventuras de uma trupe mambembe viajando pelo interior do país, encontramos as bases para construir uma ponte no tempo, pela qual se permite falar do teatro de ontem e de hoje, pois, parte daquela realidade, ainda continua muito atual. Por isso mesmo, não se trata de uma montagem “de época” e, para tanto, construímos uma atualização dos fatos sem perder de vista as referências do texto original, de modo que a peça se passa em nosso tempo e aquelas apresentações realizadas pelos artistas mambembes, que compõem algumas cenas do espetáculo, funcionam como possibilidade de passar em revista algumas montagens dos textos da dramaturga Lourdes Ramalho realizadas nos últimos anos aqui na cidade. Uma declarada homenagem à dramaturga, apontada como a primeira dama da dramaturgia nordestina, que representa muito bem esse espírito de luta e paixão pelo teatro, tão presente na apresentação que agora chega ao público.
Não poderia deixar de mencionar e agradecer o empenho de toda equipe envolvida (produtores, dramaturgista, figurinista, cenotécnico, maquiador, músico e os vários assistentes) responsável por trazer essa proposta à cena num curtíssimo espaço de tempo. De modo particular, devo destacar o elenco composto por atores e atrizes de diferentes gerações/formações e escolhidos através de uma seleção pública. Pessoas que, na sua entrega e generosidade, fizeram com que a sala de ensaios deixasse de ser um lugar de diferenças e se transformasse num espaço impar para troca de experiências e aprendizado. Uma espécie de bê-a-bá sobre a arte de representar, sem hierarquias e sem a delimitação das esferas de quem ensina e de quem aprende.
E como diria uma grande amiga atriz: “só sabe do processo quem viveu. O resto é falar sobre…”Só me resta deixar que o elenco apresente o resultado desse processo que é o espetáculo, afinal, são eles, os atores e atrizes, que mediam a relação entre quem ficou nos bastidores e aqueles que estão na platéia, os nossos mambembes, tal qual os de outrora ou as personagens ramalhianas de agora, que sem rir ou sem chorar, ou mesmo, em meio a risos e lágrimas, reafirmam a crença no seu ofício e, celebrando o sesquicentenário de uma cidade que se quer Grande, festejam também a vida e insistem na labuta da difícil e milenar arte do teatro. “Simbora” que espetáculo não pode parar. Na carreira. Borandá!
A entrada para “Mambem-bê-a-bá: sem rir, sem chorar”, no dia 10, às 20h, será gratuita, tendo em vista o espetáculo ser um presente, da Comissão do Sesquicentenário, para os campinenses, no aniversário da Rainha da Borborema.
WSCOM