MUNDO

Espanha, Irlanda e Noruega reconhecem Estado da Palestina e impõem mais isolamento a Israel

Importante gesto dos países europeus em solidariedade ao povo palestino deve ser acompanhado, ainda, por Malta e Eslovênia

Enquanto a prisão do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, é solicitada em ação no Tribunal Penal Internacional (TPI), mais países se levantam contra o massacre que o governo sionista promove contra palestinos na Faixa de Gaza. Nesta quarta-feira (22), em um gesto conjunto e simbolicamente importante, os governos da Espanha, Irlanda e Noruega anunciaram que vão reconhecer oficialmente o Estado da Palestina.

Malta e Eslovênia também devem anunciar, nos próximos dias, o reconhecimento do Estado palestino, intensificando o isolamento de Israel e Estados Unidos, que sistematicamente se recusam a reconhecer o país do Oriente Médio, vetando resoluções importantes em organismos internacionais que poderiam dar início a fim do massacre israelense que matou, desde 7 de outubro de 2023, quando o Hamas desferiu um ataque contra Israel, mais de 35 mil palestinos em Gaza.

O primeiro a anunciar nesta quarta-feira o reconhecimento da Palestina como Estado foi Jonas Gahr Store, primeiro-ministro da Noruega. Segundo o norueguês, o gesto visa chegar à paz no Oriente Médio e que o fim do conflito só será alcançado com a solução dos dois estados. A medida de reconhecimento oficial por parte da Noruega passa a valer em 28 de maio.

“O Governo norueguês decidiu que a Noruega reconhecerá a Palestina como um Estado. No meio de uma guerra, com dezenas de milhares de mortos e feridos, devemos manter viva a única alternativa que oferece uma solução política tanto para israelitas como para palestinianos: dois Estados, vivendo lado a lado, em paz e segurança”, declarou Store.

“O reconhecimento da Palestina é um meio de apoiar as forças moderadas que têm perdido terreno neste conflito prolongado e brutal. Enviamos também uma mensagem forte a outros países para que sigam o exemplo da Noruega e de vários outros países europeus e reconheçam o Estado da Palestina. Isto poderia, em última análise, permitir a retomada do processo rumo a uma solução de dois Estados, dando um impulso renovado”, prosseguiu.

O primeiro-ministro da Irlanda, Simon Harris, por sua vez, disse que convocou outros países a reconhecerem o Estado da Palestina em discurso durante uma conferência de imprensa.

“Hoje, a Irlanda, a Noruega e a Espanha anunciam que reconhecemos o Estado da Palestina. Antes do anúncio de hoje, falei com vários outros líderes e estou confiante de que mais países se juntarão a nós para dar este importante passo nas próximas semanas”, pontuou.

Já Pedro Sánchez, presidente do governo da Espanha, falou ao parlamento de seu país e, além de anunciar o reconhecimento da Palestina, pediu um cessar-fogo na região e subiu o tom contra Benjamin Netanyahu.

“Pedimos um cessar-fogo. Mas não é suficiente. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu se faz de surdo e continua castigando a população palestina. O que está claro é que Netanyahu não tem um projeto de paz. Lutar contra o Hamas é legítimo. Mas sua operação coloca a solução de dois estados em sério perigo. O que faz apenas amplia o ódio”, sentenciou o espanhol.

Dos 193 países membros da ONU, 144 reconhecem oficialmente o Estado da Palestina, incluindo o Brasil, que vem reiteradamente pedindo por um cessar-fogo e conferências internacionais.

Israel reage 

Após o movimento dos países europeus em reconhecer oficialmente o Estado da Palestina, Israel reagiu com virulência. O ministro das Relações Exteriores, Israel Katz, anunciou que vai convocar de volta ao seu país os embaixadores israelenses na Noruega e Irlanda.

“Estou enviando uma mensagem clara e inequívoca à Irlanda e à Noruega: Israel não permanecerá em silêncio face àqueles que minam a sua soberania e põem em perigo a sua segurança. A decisão de hoje envia uma mensagem aos palestinos e ao mundo: o terrorismo compensa. Depois de a organização terrorista Hamas ter levado a cabo o maior massacre de judeus desde o Holocausto, depois de cometer crimes sexuais hediondos testemunhados pelo mundo, estes países optaram por recompensar o Hamas e o Irã reconhecendo um Estado palestino”, disparou o chanceler israelense.

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