Entenda por que as torcidas de futebol argentinas se uniram em protesto contra Milei
Torcedores de clubes rivais se uniram contra o governo de extrema-direita na Argentina
Centenas de torcedores de clubes de futebol argentinos se uniram a aposentados nesta quarta-feira (13) para protestar contra o governo do presidente da Argentina, Javier Milei. A união das Barras Bravas, como são conhecidas as torcidas organizadas na Argentina, chamou a atenção por unir rivais: adeptos de clubes como River Plate, Boca Juniors, Independiente, Racing e San Lorenzo estavam juntos protestando contra Milei. As informações são da BBC.
O protesto gerou repressão por parte da polícia, resultando em um violento confronto entre os torcedores e as forças de segurança, que que usaram carros-pipa, gás lacrimogêneo, balas de borracha e cassetetes para repelir os manifestantes, que ocuparam as ruas ao redor do Parlamento. O confronto
A união das Barras Bravas argentinas contra Javier Milei começou após um incidente entre a polícia e um aposentado que protestava contra o reajuste das aposentadorias e o aumento do custo de vida durante a gestão da extrema-direita no país. O aposentado, que vestia a camisa do Chacaritas Juniors, clube de bairro de Buenos Aires, foi espancado pelas forças de segurança. As imagens viralizaram nas redes sociais e mobilizaram os torcedores, que criaram uma campanha para a realização de uma marcha no dia 12 de março.
A marcha dos Barras Bravas e dos aposentados ainda ganhou outro elemento: o julgamento da morte de Diego Maradona, que começou na véspera do protesto. Os torcedores compartilham uma frase de Maradona em 1992 em defesa dos aposentados. “Eu defendo os aposentados, como não vou defendê-los? É preciso ser muito covarde para não defender os aposentados”, disse ele na época.
A ministra de Segurança, Patricia Bullrich, se referiu à manifestação como “marcha dos Barras Bravas”, e disse que os manifestantes estavam ‘prontos para matar’. “Essas pessoas que se mobilizam politicamente para derrubar o governo vieram desta vez preparadas para matar”, afirmou. Na manhã de quarta, Bullrich ainda aprovou uma resolução que proíbe a entrada em estádios de futebol de quem participar de “atos violentos e vias públicas”.
SAFs – Os embates das torcidas de futebol contra Javier Milei começou ainda durante a campanha eleitoral de 2023. Milei é um defensor das Sociedades Anônimas de Futebol (SAFs), modelo de gestão que permite a criação de uma empresa independente para administrar os clubes e que ainda não são legalizadas no país. No entanto, a ideia não é bem vista por boa parte do meio futebolístico argentino, incluindo dirigentes, jogadores e Barras Bravas.
Com Brasil 247