Em noite de caos, o Siri foi guerreiro

os sirisMesmo com dilúvio, temporal e até um “primo” de um ciclone, aconteceu o Siri na Lata, sexta, no Clube  Português. Na garra e na coragem. Paulinho Braz e Ricardo Carvalho seguraram a onda e não cancelaram. E – com o perdão do trocadilho – choveram pedidos. Gente que ainda estava sem luz. Gente presa no trânsito. Gente com preocupação de mais água.

A data era simbólica: o Siri na Lata comemorava 40 anos. E, este ano, homenageou o memorável Chico Science, que, se vivo, completaria 50 anos,

O público pode ter sido tímido nos camarotes, mas a pista estava bem cheinha. Às 12h40, o pessoal da Nação Zumbi subiu ao palco. Para os que estavam acostumados com a banda abrindo seus shows com “Foi de Amor”, música lançada em 2014, se deparou com um repertório totalmente voltando a Science. Eles, na verdade, abriram o show com o Monólogo ao Pé do Ouvido e  a licença poética deu à banda o prazer de gritar “Viva, Chico Science” entre os trechos da citação e levar o público à emoção. Uma verdadeira saudade que pesa uma tonelada. Foi difícil segurar os versos e os pulos entre os toques das alfaias e o Maracatu Atômico pediu passagem entre uma canção e outra.

A decoração do local era toda remetida ao manguebeat. Grandes caranguejos foram erguidos em cima de um grande público que arrisco a dizer que Chico veria como os “homens caraguejos”. Foi a vez de Rios, Pontes e Overdrives ecoar por todo o local. Manguetown, Risoflora, Macô, Antene-se, A Praieira e A Cidade fizeram parte do repertório. Durante todo o show, o conhecido chapéu que Chico usava estava o tempo todo no palco e, ao fim da apresentação, Du Peixe o colocou na cabeça, o que igualmente foi feito pelo resto da banda, como forma de reconhecimento e respeito.

Assim que acabou à performance, a bateria do Preto Velho entrou em cena para evitar os espaços sem música. Funcionou e não desanimou. E foi só o tempinho para Almir Rouche mandar ver os seus frevos. Antes de entrar em cena, ele circulou pelo camarotes com a mulher Sabrina que está com um corpão…Ele terminou de comanda a folia dos presentes, comandando sua orquestra carnavalesca, sem deixar ninguém parado. O relógio já marcava mais de 5h da manhã quando a prévia chegou ao seu fim. Foi uma verdadeira maneira de lembrar Chico Science, um ícone da cultura pernambucana e ter espaço para frevar e sambar à vontade.

Nação em cena

Lá em cima, o prefeito Geraldo Julio foi a ausência sentida, porém devidamente perdoada por conta do caos que se instalou na cidade. Os prefeituráveis Daniel Coelho e Carlos Augusto Costa circulavam livremente. O último a chegar foi Silvio Costa Filho, que engrossou o coro da oposição, que ainda teve os tucanos Terezinha Nunes e Antonio Moraes.

DPB comSiri

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Redação DiárioPB

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