Em Berlim, Lula é recebido por Olaf Scholz, vencedor da eleição alemã e provável sucessor de Merkel
Scholz, do Partido Social-Democrata, atualmente, é vice-chanceler e deve assumir como chefe de Estado após as tratativas para formar coalizão com outros partidos
Apesar de estar longe da presidência da República desde 2010, Lula (PT) vem sendo tratado internacionalmente como um chefe de Estado. Em seu segundo dia de viagem pela Europa, nesta sexta-feira (12), o ex-presidente foi recebido, em Berlim, capital da Alemanha, por Olaf Scholz, que é nada menos que o vice-chanceler do país e provável sucessor de Angela Merkel.
Scholz muito provavelmente será o novo chanceler alemão, cargo equivalente ao de primeiro-ministro no país europeu. Seu partido, o SPD (Partido Social-Democrata), considerado o “PT alemão”, venceu as eleições gerais do país em setembro, conquistando a maioria dos assentos no parlamento.
Na Alemanha, a sigla vencedora tem que negociar com outros partidos para formar um governo após as eleições. As tratativas do SPD estão sendo feitas com o partido Os Verdes (esquerda ligada às causas ambientais) e com o FDP (Partido Democrático Liberal), e Scholz deve ser indicado como o novo chanceler nos próximos meses, após 16 anos de chancelaria comandada por Angela Merkel, que é do CDU (União Democracia Cristã).
“Encerrando a passagem por Berlim com uma agradável conversa com Olaf Scholz, vencedor da eleição alemã em setembro. Falamos sobre o processo que está em curso para a formação de um novo governo e sobre a importância de fortalecer a cooperação Brasil Alemanha”, escreveu Lula ao divulgar uma foto com o líder social-democrata.
Quando o SPD se sagrou vitorioso nas eleições de setembro, Lula, em carta, já havia saudado Scholz. “Parabéns ao SPD, em especial o companheiro Olaf Scholz, pelo resultado vitorioso nas eleições alemãs de 2021. Estamos certos que, como partido mais votado, irão formar um governo que leve a Alemanha em uma contínua trajetória de crescimento econômico, com inclusão social, geração de empregos e respeito ao meio ambiente”, escreveu o petista na ocasião.
Outros encontros em Berlim
Mais cedo em Berlim, Lula havia se reunido com as deputadas Yasmin Fahimi e Isabel Cadermatori. As duas foram eleitas em setembro pelo SPD.
Na ocasião, eles conversaram sobre a situação política na Europa e no Brasil, diante das perspectivas de formação de um novo governo da SPD na Alemanha, que Lula apontou como “a mais recente vitória da democracia no mundo”.
Ainda nesta sexta-feira (12), o ex-presidente esteve com Martin Schulz, ex-líder do SPD e ex-presidente do Parlamento Europeu.
“Importante liderança da social democracia alemã e um companheiro das horas mais difíceis, a quem sou grato por ter feito questão de ir até o Brasil me visitar quando estava preso em Curitiba”, escreveu o petista ao postar uma foto com o político europeu.
França, Bélgica e Espanha
A agenda de Lula na Europa seguirá com a participação do petista em um debate no Parlamento Europeu, na Bélgica, e reuniões com lideranças progressistas
Depois, o ex-presidente vai à França, onde será o principal conferencista em um evento do Instituto de Estudos Políticos de Paris (Sciences Po). A conferência acontece dez anos depois de Lula ter sido o primeiro líder latino-americano a receber o título de Doutor Honoris Causa da instituição, uma das mais respeitadas do mundo.
Ainda em solo francês, o ex-metalúrgico será agraciado com o prêmio Coragem Política 2021, concedido pela revista Politique Internationale, por sua gestão “marcada pelo desejo de promover a igualdade”, e se reunirá com a prefeita da capital Paris, Anne Hidalgo.
A viagem será finalizada na Espanha, outro país em que Lula terá reuniões com lideranças políticas e participará de eventos.
Revista Fórum