‘Ele não serve’, dispara jornalista da Globo após reunião de executivos da emissora no Palácio do Planalto
O encontro entre o executivo Paulo Tonet, da Globo, e representantes do governo federal, ontem (21), em Brasília, ainda não selou uma aliança entre a empresa de comunicação e o governo Jair Bolsonaro (PSL). Em artigo publicado nesta quarta-feira (22), a jornalista Miriam Leitão, uma das principais vozes do Globo, citou que ‘Bolsonaro não serve, não sabe governar, não entende o que se passa ao seu redor e é um grande problema para o Brasil’.
As declarações caíram como bomba no Palácio do Planalto. Tido como “inimigo passivo” pelo presidente, a jornalista não poupou o verbo e atacou Bolsonaro, colocando ‘uma pá de terra’ em uma possível construção de relação entre a emissora e o Governo.
“Durante os anos em que foi parlamentar, Jair Bolsonaro não presidiu comissão, não relatou qualquer projeto, nunca liderou grupo algum. Ele não se interessava pelas matérias que passavam por lá, concentrando-se em questões do seu nicho. Sua preocupação era apenas a defesa dos interesses da corporação dos militares e policiais. Afora isso, ofendia colegas que considerasse de esquerda e dava declarações espetaculosas para ocupar espaço no noticiário. Com esse currículo ele chegou à Presidência. Hoje, não entende nem os projetos que envia ao Congresso, como se vê diariamente nas declarações que faz”, disse a jornalista em seu artigo.
“Diariamente, Bolsonaro diz algo que contraria o espírito dos projetos que seu governo defende ou contradiz o que disse. De manhã, afirma que a ‘classe política’ é o grande problema do país, de tarde, a adula. Navega por qualquer tema com a mesma superficialidade que demonstrava no exercício dos seus mandatos de deputado. Nenhuma surpresa nisso. Por que mesmo ele seria presidente diferente do parlamentar que foi?”, questiona ainda a jornalista.
Miriam explica o caos atual. “O fato é simples: o presidente Bolsonaro não sabe governar. É essa a razão da sua performance tão errática nestes quase cinco meses. Sua relação tumultuada com o Congresso não deriva de uma tentativa de mudar a prática da política, mas da sua falta de aptidão para qualquer tipo de diálogo. Não sabe ouvir, não entende os projetos, não tem interesse em estudá-los”, afirma.
Com informações Brasil 247