SÃO JOÃO

Elba Ramalho critica diminuição de artistas de forró nas festas juninas do Nordeste

João Pessoa, PB – A cantora Elba Ramalho expressou sua preocupação com a redução da presença de artistas de forró nas festas juninas da Região Nordeste, em prol de outros ritmos musicais. O pronunciamento aconteceu durante uma entrevista coletiva na última quinta-feira (20), marcando a abertura do São João de João Pessoa.

Elba, uma ícone do forró, deixou claro que sua crítica não é direcionada aos artistas de outros gêneros musicais, mas à substituição do forró, um gênero tradicionalmente associado às festividades juninas. Ela sugeriu que algumas dessas celebrações sejam renomeadas para “festivais” em vez de São João, refletindo melhor a diversidade musical presente.

“Nenhuma estrela atropela a outra. O Sul está totalmente seduzido pela nossa música. Os trios nordestinos ganham muito dinheiro em São Paulo. No Nordeste isso acabou. O mundo se abriu. Em Paris todo mundo dançando forró-pé-de-serra e aqui a gente botando Alok, que eu amo. Mas, eu acho que cada coisa na sua coisa. Cada macaco no seu galho. Assume logo que não é São João, que é um festival”, afirmou a artista paraibana.

A crítica de Elba Ramalho ressalta uma preocupação crescente entre os artistas de forró e defensores da cultura nordestina. Para muitos, as festas juninas são um espaço fundamental para a preservação e promoção do forró, um gênero musical que é parte intrínseca da identidade cultural da região. A presença crescente de artistas de outros estilos musicais, como DJs e cantores de pop e sertanejo, tem gerado um debate sobre o futuro dessas festividades e o espaço reservado para a música tradicional.

O São João de João Pessoa, um dos maiores e mais tradicionais eventos juninos do país, exemplifica essa tensão. Enquanto a programação se diversifica para atrair públicos variados, vozes como a de Elba Ramalho pedem que se mantenha um equilíbrio que respeite e celebre as raízes culturais do Nordeste.

A fala de Elba ecoa um sentimento de resistência cultural, defendendo a importância de manter vivas as tradições que moldam a identidade nordestina. A artista finalizou sua declaração reforçando o amor pelo forró e a necessidade de se reconhecer a importância de cada gênero musical em seu contexto apropriado.

A controvérsia em torno da programação das festas juninas continua a ser um tema relevante, refletindo as mudanças e adaptações culturais em um Brasil cada vez mais diverso e conectado globalmente. Enquanto isso, artistas e fãs de forró aguardam para ver como essas festividades evoluirão nos próximos anos, buscando um meio-termo que honre as tradições sem excluir a inovação.

Por Sérgio Ricardo

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Redação DiárioPB

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