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Duas apostas diferentes: Lisca no Vasco e Felipão no Grêmio

Comentários sobre duas das trocas de técnico que aconteceram durante a dança das cadeiras do Brasileirão

Nesta última semana vimos que vários treinadores começaram a intensificar a dança das cadeiras nos clubes brasileiros. Tudo começou com a demissão controversa e polêmica de Alberto Valentim do comando do Cuiabá; ainda na primeira rodada do Brasileirão. Algumas movimentações são verdadeiras “barbadas”. Outras, no entanto, se mostram como grandes apostas (para ou bem ou para o mal).

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A Dança das Cadeiras no futebol brasileiro

Na elite do futebol brasileiro, percebemos algumas movimentações que não surtiram efeito; como a transferência de Jair Ventura do comando do Sport para a Chape. Não mudou muita coisa até aqui: tanto Chapecoense quanto Sport Recife amargam campanhas ruins nesta edição da competição. (Falamos inclusive no episódio #46)


A chegada de Renato Gaúcho no comando do Flamengo trouxe uma bombástica goleada sobre o elenco do Bahia: cinco gols em cima do Esquadrão Tricolor mostrou que foi a decisão mais acertada; apesar de não ter sido das mais éticas, diga-se de passagem. No entanto, o rubro negro carioca pode se dar a certos luxos; dado o seu retrospecto em campo. Afinal, o mínimo que se espera do Flamengo é uma luta pelo tricampeonato brasileiro.

Por fim, dois casos são emblemáticos, e mostram muito sobre a mentalidade do futebol no país pentacampeão mundial: Felipão assumindo o Grêmio e Lisca chegando no Vasco. Entre si, ambos possuem conjuntos de significados opostos; e carregam o peso de seus nomes nas apostas dos clubes que os chamaram ao salvamento.

Felipão no Grêmio

Então, o Tricolor Imortal vive uma péssima temporada. Curiosamente, tudo começou coma  demissão de Renato Gaúcho do comando do Grêmio, que contratou Thiago Nunes para comandar a equipe sulista. Dessa forma, Thiago Nunes não conseguiu tirar o time da lama; e também foi demitido. Desnorteado e ameaçado pelo rebaixamento, o Grêmio foi atrás de Luís Felipe Scolari; que prontamente aceitou a missão.


Aliás, o mesmo Scolari, no ano passado, aceitou a missão de trazer o Cruzeiro de volta para a Série A. Hoje, entretanto; quem comanda a raposa mineira é um Mozart de batuta remendada, afundado na segunda divisão. O mesmo Scolari que comandou a seleção brasileira no pentacampeonato em 2002; mas é o mesmo Felipão que tomou o famigerado e inesquecível 7 a 1 em 2014.

Apesar da incrível identificação que Felipão consegue criar quando chega em suas equipes, o trabalho de Scolari já se mostra ultrapassado para o futebol desta década, destes tempos. Ou seja, apostar na relação entre Felipão e Grêmio para criar a esperança de uma reabilitação na temporada é um grande risco. O retrospecto, sobretudo, trabalha contra a expectativa que se cria em torno do Felipão “salvador”.

A primeira rodada das cartadas mostra um Felipão longe daquilo que se sonha. Afinal de contas, ser eliminado das oitavas de final da Sul-Americana após uma primeira fase esperançosa faz cair por terra a projeção que a diretoria gremista tem do Felipão.

Lisca no Vasco

Na outra ponta, temos um time muito mais limitado financeiramente, sonhando com o retorno para a Série A; após o quarto rebaixamento para a segundona em sua história recente. Sim, estamos falando do Vasco na Série B, que demitiu Marcelo Cabo e fez uma proposta ousada na sequência: chamou Lisca para dominar o vestiário do Gigante.

Embora Cabo já tenha se abrigado no Goiás (e quem sobrou na curva e sem cadeira foi Pintado), o nome a ser falado é o de Lisca. Sua chegada traz um simbolismo completamente diferente daquilo que vimos no caso do tricolor gaúcho. Assim, o cruz maltino aposta na sobriedade de uma nova escola de treinadores, que é personificada na figura do técnico que fez milagres com pouco (ouça o episódio #57) em sua passagem pelo América Mineiro.


O desafio de Lisca no Vasco será duplo: garantir que o Almirante retorne à elite do futebol brasileiro, inclusive disputando o título da Série B de maneira real; e garantir uma perenidade no trabalho desenvolvido. Assim, é provável que o novo treinador do Vasco o traga para a primeira divisão. Resta saber se é possível continuar apostando na loucura do Lisca Doido em 2022; desta vez na Série A. É uma aposta na nova escola de treinadores de futebol, que precisa; sobretudo, de tempo para ser testada.

Por João Jales

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