Disparada da inflação leva 64% da população a cortar consumo de bens essenciais
Segundo pesquisa encomendada pela CNI (Confederação Nacional da Indústria), mais da metade da população foi obrigada a reduzir suas compras
A inflação galopante durante o governo Bolsonaro está levando a população a mudar hábitos de consumo e cortar uma série de despesas. Mais da metade da população cortou despesas nos últimos seis meses diante do aumento dos preços, de acordo com pesquisa encomendada pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) à FSB Pesquisa.
Pelo levantamento, 54% das pessoas consideram estar em situação financeira muito afetada pela inflação e 64% cortaram o consumo de bens ou serviços nos últimos seis meses devido ao aumento de preços, aponta reportagem da Folha de S.Paulo.
Os mais pobres são ainda mais afetados. Nas famílias com renda de até um salário mínimo, 63% dizem estar sendo muito afetadas pela elevação dos preços e 67% dizem ter cortado o consumo de bens ou serviços.
Cerca de um terço dos entrevistados deixou de comprar materiais de construção (34% do total) e de ter TV por assinatura (29%) nos últimos seis meses. Além disso, mais de um quinto das pessoas deixaram de consumir refeições fora de casa (24%) e de comprar eletrodomésticos ou eletroeletrônicos (23%). Quase um sexto (ou 15%) da população eliminou o consumo de gasolina, álcool ou diesel após a disparada do preço do petróleo. A expectativa da população é que a inflação vai permanecer alta. Quase metade (43%) da população acha que o preço de bens e serviços vai continuar subindo muito nos próximos meses.
Em março, a inflação medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) em 12 meses chegou a 10,54%. Ao permanecer em dois dígitos, o IPCA continua distante da meta de inflação perseguida pelo BC (Banco Central). O centro da medida de referência neste ano é de 3,50%. O teto é de 5%.
Segundo pesquisa Datafolha do final de março, 1 de cada 4 brasileiros afirma que a quantidade de comida disponível foi inferior à necessária para alimentar a família nos últimos meses.
Brasil 247