Dia da Mulher une ativistas em vários países; polícia turca usa gás lacrimogêneo
Pouco depois da meia-noite, centenas de mulheres estavam reunidas no centro de Madri para bater panelas e frigideiras e exigir mais direitos para as mulheres em uma sociedade que, segundo elas, ainda é dominada pelos homens.
Em Berlim, autoridades da cidade declararam o Dia da Mulher um feriado oficial e milhares de pessoas se juntaram a uma colorida manifestação sob o céu ensolarado da praça Alexanderplatz.
Em Paris, manifestantes da Anistia Internacional empunharam cartazes do lado de fora da embaixada da Arábia Saudita com os dizeres “Buzinem pelos direitos das mulheres”, e pediram a libertação de mulheres ativistas, incluindo aquelas que fizeram campanha pelo direito de dirigir no reino profundamente conservador.
Em Atenas e Kiev, manifestantes exigiram igualdade e o fim da violência contra as mulheres.
Em Istambul, a maior cidade da Turquia, manifestantes pediram a libertação de mulheres sírias encarceradas.
Mas, no anoitecer, a polícia turca usou gás lacrimogêneo para dispersar um grupo reunido para uma marcha, segundo testemunhas da Reuters.
Centenas de policiais da tropa de choque bloquearam o caminho das manifestantes para impedi-las de avançar pela principal avenida de pedestres do distrito. A polícia então utilizou spray de pimenta e disparou projéteis contendo gás lacrimogêneo para dispersar o grupo, e confrontos irromperam à medida que os policiais perseguiam as mulheres até ruas laterais à avenida.
IGUALDADE E RESPEITO
Na Rússia, onde o Dia da Mulher tem sido uma festa importante desde a era comunista, flores e mensagens de felicitações decoravam espaços públicos.
Para os espanhóis, a desigualdade de gênero tornou-se uma questão profundamente controversa antes da eleição parlamentar de 28 de abril. Um novo partido de extrema-direita, o Vox, que, segundo pesquisas de opinião conquistará dezenas de assentos na votação, defende a revogação de uma lei histórica sobre violência contra as mulheres.
“Muitas pessoas estão tentando demonizar o feminismo, embora ele sempre tenha sido uma luta pela igualdade”, disse Ana Sanz, de 36 anos, vestindo um traje vermelho e um adereço de cabeça branco, em referência aos uniformes vestidos por mulheres no livro e série de TV distópico “O Conto da Aia”.
A central sindical espanhola UGT estima que seis milhões de pessoas deixaram os seus trabalhos por ao menos duas horas em uma greve para exigir igualdade salarial e de direitos para mulheres que, segundo a central, mobilizou mais pessoas do que uma ação semelhante no ano passado.
Reuters