Desemprego tem menor taxa da história e fica em 4,3%, segundo IBGE
O desemprego repetiu a taxa de 2013 e ficou em 4,3% em dezembro do ano passado, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (29) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Assim como em 2013, o índice é o menor desde o início da série histórica, em março de 2002.
Considerando todos os meses do ano passado, a taxa média também foi a mais baixa da série, ao atingir 4,8%. Em 2013, havia sido de 5,4%.
“De fato, o que levou a queda da taxa em dezembro foi a retração da procura por trabalho, que caiu 11,8% no mês de dezembro, em relação ao que foi verificado em novembro. Essa redução da força de trabalho ocorreu tanto na procura – as pessoas não estão procurando -, mas também por redução na ocupação. E essas 33 mil pessoas foram absorvidas no contingente de inativos”, disse Adriana Araújo Beringuy, técnica da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE.
A diminuição no desemprego mais expressiva no passado partiu da região metropolitna do Rio de Janeiro: 23,4%. Na sequência, aparecem São Paulo (-16,5%) e Belo Horizonte (-12,5%).
Em 2014, nas seis regiões pesquisadas, os salários médios das pessoas ocupadas subiu 2,7% em relação a 2013 e chegou a R$ 2.104,16. Na comparação com 2003, no início da série, o aumento foi de 33,1%. Em dezembro do ano passado, o rendimento médio era de R$ 2.122.10 – valor 1,8% abaixo do pago no mês anterior, no entanto, 1,6% acima do de dezembro de 2013.
“O único grupamento que registrou crescimento do rendimento foi o comércio (0,9%). Todos os outros tiveram retração do rendimento, sendo que a maior retração foi nos serviços prestados às empresas. É um segmento importante que puxou o rendimento”, afirmou Adriana. “A indústria tem postos de trabalho com rendimento maiores, tendo desligado mão de obra, pode ter contribuído sim para a redução do rendimento no mês de dezembro”, completou.
De acordo com o IBGE, a indústria possuia 69,7% dos trabalhadores com carteira, 8,1% sem carteira, 16,7% trabalhando por conta própria e 4,1% como empregador. “Em 2003, o emprego com carteira era da de 60,7%. Então, a carteira cresceu na indústria”, afirma Adriana.
Segundo o IBGE, há diferenças importantes entre homens e mulheres e brancos e pretos ou pardos. Em 2014, em média, as mulheres ganhavam perto de 74,2% do salário pago aos homens. Os trabalhadores de cor preta ou parda ganhavam, em média, em 2014, 58,0% do rendimento recebido pelos trabalhadores de cor branca. Em 2013, esta razão era 57,4%.
População de empregados e desempregados
Em dezembro, a população desocupada caiu 11,8% nas seis regiões pesquisadas, para 1,051 milhão, em relação ao mês anterior. Já na comparação com dezembro de 2013, a baixa foi bem menor, 0,9%. Na outra ponta, a população ocupada chegou a 23,224 milhões no último mês do ano, recuando 0,7% em relação a novembro. Na comparação com dezembro do ano anterior, ficou quase estável.
“Ao longo do ano de 2014, houve variações muito discretas na PO [população ocupada]. E por outro lado, a inatividade com crescimento ao longo do ano. No corpo geral do ano, essa PO chegou a ter pequena retração, de 0,1, o que não ocorreu nos anos anteriores na série de retrospectiva na PME [pesquisa mensal de emprego].”
No ano passado inteiro, a população desocupada caiu 10,8% diante de 2013, para 1,176 milhão de pessoas. Por outro lado, a média anual da população ocupada nas seis regiões pesquisadas em 2014 diminuiu um pouco, 0,1%, em relação a 2013, para 23,087 milhões de pessoas.
Quanto aos trabalhadores com carteira assinada, o percentual em dezembro ficou em 11,807 milhões. Em todo o ano passado, esse contingente chegou a 11,7 milhões de pessoas, contra 11,6 milhões no ano anterior. Quando se compara esse índice à população ocupada. O IBGE observa que, em 12 anos, esse contingente cresceu 59,6%.
“Esse ritmo menor do crescimento da carteira assinada pode estar relacionado ao grupamento que mais emprega com essa forma de vínculo, por exemplo, o caso da indústria”, afirma a técnica.
Idade e e escolaridade
De 2013 para 2014, a proporção de pessoas com 50 anos ou mais de idade na população em idade ativa subiu de 32,3%, para 34,1%. A presença de pessoas com 50 anos ou mais de idade no mercado de trabalho diminuiu de 23,6%, para 24,7%.
A pesquisa também mostra que, de 2013 para 2014, a proporção de pessoas com 11 anos ou mais de estudo cresceu de 48,5% para 49,9%. Em 2003, essa fatia era de 34,3%.
Na análise específica sobre os trabalhadores, o aumento foi maior, subindo de 46,7% em 2003 para 65,4 % no ano anterior. A proporção de trabalhadores com ensino superior completo também cresceu: de 13,8%, em 2003, para 21,3% em 2014.
Nível de ocupação
O nível da ocupação, proporção entre a população ocupada e a população em idade ativa (dez anos ou mais de idade), chegou a 53,3%. A diferença entre homens e mulheres continua, de 62,6% contra 45,4%, respectivamente.
Segundo a técnica do IBGE, a população não economicamente ativa é formada por 70% de pessoas que não gostariam de trabalhar. “O grupo que cresce é de que não gostaria de trabalhar. Sempre foi esse. Ou daqueles que não entraram, os jovens, ou daqueles que já saíram, os idosos.”
G1