JUSTIÇA

Depois de assédio sexual, Silvio Almeida é acusado de assédio moral

O sociólogo Leonardo Pinho, ex-diretor do Ministério dos Direitos Humanos, relatou sofrer diversos tipos de agressões e ameaças vindos de Silvio Almeida

O sociólogo Leonardo Pinho, ex-diretor do Ministério dos Direitos Humanos, relatou ao jornalista Guilherme Amado, no portal Metrópoles, ter recebido uma ligação ameaçadora no último dia 5, enquanto dirigia pela Rodovia dos Bandeirantes, voltando de Valinhos (SP) para São Paulo. De acordo com Pinho, até então ele teria optado pelo silêncio, com medo de retaliações, mas após a suposta ligação ameaçadora, optou por relatar à imprensa o que teria passado com seu ex-chefe.

Ele, que é candidato à prefeitura de Valinhos pelo PT, afirmou que a ligação veio de um número desconhecido e continha ameaças relacionadas à sua colaboração anônima em uma investigação de assédio moral e sexual contra o ex-ministro Silvio Almeida. Pinho pediu demissão do ministério após, segundo ele, sofrer episódios de assédio moral por parte de Almeida.

Segundo ele, a relação com Silvio deteriorou-se principalmente quando recusou-se a cumprir ordens que considerava ilegais, como a gravação de reuniões do Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH) sem autorização.  “Você é meu funcionário, vai fazer”, disse. Respondi: ‘Não vou fazer, e você tem um instrumento simples, a exoneração, se achar que estou deixando a desejar’. Aí ele desconversou.

Pinho conta que um dos dias em que Almeida teria tido uma reação irada foi quando, numa reunião em outubro de 2023, levou ao ministro queixas que ouvia no Ministério da Igualdade Racial, com quem tinha reuniões de trabalho, sobre a relação ruim entre o ministro e Anielle Franco.

“O ministro ficou descontrolado, transtornado, quando mencionei a Anielle. Me falou: ‘Você está insinuando o quê? Sou ministro de Estado, você é um merda’. Fiquei sem entender e tive medo de ele me agredir.”

O agora ex-diretor conta que também, em uma certa ocasião,  foi insultado de “incopetente” e sem “vergonha”. “Deu murros na mesa, bateu no próprio peito, foi agressivo, gritou, levantou da cadeira dele e veio do meu lado, a uns 20 centímetros, para me intimidar. Pensei que ele ia me agredir”.

Com Brasil 247

 

Redação DiárioPB

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