Crítico literário Antonio Candido morre aos 98 em São Paulo
O crítico literário e sociólogo Antonio Candido morreu em São Paulo na manhã desta sexta-feira (13) aos 98 anos. A informação foi confirmada pela Faculdade de Filosofia e Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, onde ele deu aulas no curso de Letras.
Segundo a FFLCH, o velório ocorre no Hospital Albert Einstein, no Morumbi, até as 17h.
Ele deixa as filhas e também professoras de História da USP Laura de Mello e Souza e Marina de Mello e Souza.
Antonio Candido de Mello e Souza foi um dos mais importantes críticos literários brasileiros. Ele nasceu no Rio de Janeiro, em 24 de julho de 1918.
Na infância, não estudou em escolas e foi educado em casa tendo a mãe como professora. Ainda criança, ele se mudou para Poços de Caldas (MG), e depois para São João da Boa Vista, no interior de São Paulo.
Em 1937, iniciou os cursos de Direito e de Ciências Sociais na Universidade de São Paulo (USP). Quatro anos depois, ele se formou em Ciências Sociais.
Tornou-se livre-docente de literatura brasileira em 1945 e doutor em ciências em 1954. Em 1974, passou a ser professor titular de teoria literária e literatura comparada da USP, cargo em que se aposentou em 1978.
De suas obras de crítica literária, a mais importante é “Formação da Literatura Brasileira”, de 1959, sobre os momentos decisivos da formação do sistema literário brasileiro.
Também foi importante graças a seus estudos sociológicos. Analisou o “caipira paulista e sua transformação” em “Os Parceiros do Rio Bonito” (1964).
Ao lado de outros intelectuais brasileiros, entre eles Sérgio Buarque de Holanda (1902-1982), fez parte da criação do Partido dos Trabalhadores (PT), em 1980.
Em 1998, recebeu o Prêmio Camões, concedido pelos governos do Brasil e de Portugal, em Lisboa. Em 2005, ganhou o Prêmio Internacional Alfonso Reyes, no México.
Antonio Candido também foi professor-emérito da USP e da UNESP e doutor honoris causa da Unicamp, de Campinas (SP), além de professor honorário do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo.
G1