AMÉRICA LATINA

Corte eleitoral da Bolívia barra candidatura presidencial de Evo Morales

Segundo o Tribunal Superior Eleitoral, a candidatura de Morales não foi aceita porque foi apresentada por um partido que não possui mais existência legal

O Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) da Bolívia anunciou nesta terça-feira (20) que o ex-presidente Evo Morales está oficialmente fora da corrida presidencial marcada para 17 de agosto. A candidatura de Morales não foi aceita porque foi apresentada por um partido que não possui mais existência legal. As informações são da RFI.

De acordo com o secretário da Câmara do TSE, Luis Fernando Arteaga, apoiadores de Morales tentaram registrá-lo na noite de segunda-feira (19) como postulante pelo Partido de Ação Nacional Boliviano (Pan-bol). No entanto, o tribunal já havia anulado o registro da legenda no início de maio por não ter alcançado o mínimo de 3% dos votos na última eleição presidencial, em 2020. “O Pan-bol teve seu registro legal cancelado, portanto, não pode registrar nenhum candidato”, afirmou Arteaga durante entrevista coletiva.

Após renunciar em fevereiro ao Movimento ao Socialismo (MAS), legenda sob controle do atual presidente Luis Arce, seu ex-aliado, Morales decidiu disputar o pleito pelo Pan-bol. A escolha de última hora acabou inviabilizando sua participação no processo eleitoral.

Sem se pronunciar sobre a decisão, Morales mantém-se isolado na região do Chapare, no centro do país, reduto de seu apoio político, onde está abrigado há sete meses. Ele é alvo de um mandado de prisão relacionado a um caso de tráfico de menor. Segundo o Ministério Público, o ex-presidente teria mantido, em 2015, uma relação com uma adolescente de 15 anos, com anuência dos pais em troca de benefícios. Morales nega as acusações e afirma ser vítima de “perseguição judicial” promovida pelo governo de Luis Arce.

Além do veto eleitoral, Morales também não reconhece a decisão do Tribunal Constitucional que, em 2023, limitou a dois os mandatos presidenciais. Na semana passada, a Corte reiterou que ele, que governou de 2006 a 2019, está impedido de disputar um quarto mandato consecutivo. Diante da exclusão de Morales, seus apoiadores prometeram iniciar protestos e bloqueios de estradas a partir desta terça-feira.

Na noite de segunda-feira, o TSE boliviano confirmou o registro de dez partidos e alianças políticas que participarão das eleições de agosto. A candidatura de Andrónico Rodríguez, presidente do Senado e considerado herdeiro político de Morales, ainda está sendo analisada. Ele lidera diversas pesquisas de intenção de voto pela frente Aliança Popular.

O prazo legal para apresentação das candidaturas encerrou-se em 19 de maio. A lista definitiva dos nomes que estarão na disputa será divulgada apenas em 6 de junho, após a checagem dos critérios legais exigidos para o registro.

Com Brasil 247

Redação DiárioPB

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