Conta de energia subiu mais do que o dobro da inflação após o golpe contra Dilma
Estudo da Abraceel mostra alta de 114% para os consumidores, ante 48% de inflação no mesmo período
O golpe de estado contra a ex-presidente Dilma Rousseff, que retirou o Brasil do mapa global de investimentos produtivos, também onerou empresas e consumidores na compra de energia elétrica – um insumo básico para o crescimento econômico. “Desde 2015, a conta de luz dos brasileiros subiu mais do que o dobro da inflação. Dados da Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel) apontam que a tarifa residencial acumula alta de 114% – ante 48% de inflação no mesmo período, uma diferença de 137%. Além das correções anuais nas tarifas, os últimos anos têm sido marcados pela criação de novos encargos e custos diretamente repassados para os consumidores”, aponta reportagem publicada por Marlla Sabino no jornal Estado de S. Paulo.
“A pesquisa, que desta vez ouviu 4.400 executivos em 89 países, funciona como um grande termômetro das expectativas empresariais para a economia global no começo de cada ano. Entre 2011 e 2013, o Brasil chegou ao terceiro lugar como principal mercado de interesse, dividindo o pódio com Estados Unidos e China, que seguem como os países mais importantes. Desde então, cai uma posição por ano no ranking — com exceção de 2019, estreia do governo Jair Bolsonaro. De 2021 para 2022, foi ultrapassado por Austrália e Canadá, sendo mencionado por só 4% dos executivos e indo para 10º lugar. Cada CEO cita três mercados”, aponta ainda o jornalista.
“Ex-presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e professor de planejamento energético da UFRJ, Maurício Tolmasquim ressalta que outras medidas aprovadas no Congresso também devem ter impacto negativo sobre o consumidor. Entre elas, a contratação de térmicas a gás onde não há infraestrutura para escoar o insumo, a criação de uma reserva de mercado para pequenas centrais hidrelétricas e a prorrogação de contratos de usinas antigas do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa)”, aponta ainda a reportagem. “Esses ‘jabutis’, fruto da ação de lobbies no Congresso e referendados pelo governo, terão forte impacto sobre o custo futuro da energia”, afirmou Tolmasquim.
Brasil 247