Condecorado por Macron, cacique Raoni cobra demarcação de terras indígenas e pede que Lula barre a Ferrogrão
Em uma cerimônia realizada em Belém (PA), o líder francês e o presidente Lula receberam o cacique, destacando o compromisso com questões ambientais e de direitos humanos
O presidente da França, Emmanuel Macron, concedeu nesta terça-feira (26) ao líder indígena da etnia kayapó, cacique Raoni Metuktire, a Ordem Nacional da Legião de Honra, a maior honraria concedida pela França a seus cidadãos e estrangeiros que se destacam por suas atividades no cenário global.
Raoni Metuktire, de 92 anos, dedicou sua vida à defesa da Amazônia e dos povos da floresta, conquistando reconhecimento internacional. Em uma cerimônia realizada em Belém (PA), Macron e o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva (PT) receberam Raoni, destacando o compromisso com questões ambientais e de direitos humanos.
Durante o encontro, Raoni fez um apelo veemente, direcionado especialmente ao presidente Lula, pedindo que não seja aprovado o projeto de construção da Ferrogrão, ferrovia que atravessa o território amazônico, incluindo áreas protegidas. “Quero pedir que vocês não aprovem o projeto de construção de ferrovia Sinop a Miritituba, mais conhecida como Ferrogrão”, afirmou o cacique, de acordo com o portal Metrópoles.
Além disso, Raoni ressaltou a importância da demarcação de terras indígenas para as comunidades que ainda não possuem terra garantida, enfatizando a necessidade de recursos para a Fundação Nacional do Índio (Funai) trabalhar em prol dos povos indígenas. “Eu sempre defendi que não pode ter desmatamento. Não consigo aceitar garimpo. Quero pedir novamente que você trabalhe para acabar com o desmatamento e que também você precisa demarcar terras indígenas para as comunidades que não têm terra ainda. Que a Funai tenha recursos para trabalhar pelas comunidades indígenas”, declarou Raoni.
O cacique Raoni é conhecido por sua luta incansável em prol dos direitos indígenas e da preservação ambiental. Sua trajetória internacional incluiu encontros com diversas personalidades, como o Papa Francisco e o rei britânico Charles III. Macron destacou Raoni como uma figura de destaque na defesa dos direitos humanos e da proteção da floresta, ressaltando sua contribuição para a unificação das terras indígenas do Xingu em 1993, que agora constituem a maior reserva de florestas tropicais do planeta.
Com Brasil 247