Com tetra nos 200m medley, Phelps leva 26ª medalha e chora; Thiago é 7º

A vitória nos 200m borboleta, na terça-feira, era uma questão de honra para Michael Phelps. Antes de se despedir de vez das piscinas, ele precisava se livrar de um de seus maiores traumas: a derrota em Londres 2012 para o sul-africano Chad Le Clos. Nesta quinta, em sua segunda final em disputas individuais do Rio, o ouro teve mais gosto de celebração. O tetracampeonato inédito dos 200m medley e a 26ª medalha olímpica representaram também a despedida perfeita de uma de suas principais provas, que simboliza ainda a amizade com Ryan Lochte (quinto colocado desta vez) e o domínio que a dupla manteve nos últimos 12 anos. Também considerado um dos destaques da talentosa geração do medley, Thiago Pereira teve o apoio da torcida, mas perdeu o fôlego no fim e terminou em sétimo lugar.

Desde Atenas 2004, a “panelinha do medley” estava nas piscinas para brigar por medalha na prova de 200m. Foram inúmeras as vezes em que Michael Phelps, Ryan Lochte e Thiago Pereira se encontraram nas competições pelo mundo nos últimos 12 anos. Na grande maioria delas, o maior nadador olímpico da história terminou no alto do pódio. No quarto e último evento juntos, a cena não podia ser diferente. Com o amigão Lochte de um lado e o colega Thiago do outro, Phelps cresceu da metade da prova para o fim e garantiu mais um ouro, o 22º da carreira, com o tempo de 1m54s66. A prata ficou com o japonês Kasuke Hagino (1m56s61), e o bronze foi para o chinês Shun Wang (1m57s05). Lochte, dono de 12 medalhas olímpicas, ficou em quinto (1m57s47).

O brasileiro Thiago Pereira, que chegou a liderar os primeiros 50m do percurso empurrado pela animada torcida, perdeu força na terceira parte da prova (peito) e foi perdendo cada vez mais posições no nado crawl – seu ponto fraco no medley. Acabou batendo em sétimo lugar: 1m58s02. Prata em Londres 2012 nos 400m medley, saiu da água abatido, mas com a consciência tranquila de que fez o possível para conquistar sua segunda medalha olímpica, nadando em casa,

– Qualquer um, assim como eu, sonhava em sair daqui com um resultado melhor. É duro olhar para o placar que o suficiente para medalha era algo que você já fez várias vezes. Se a gente for ver os últimos três Jogos Olímpicos, foi um dos pódios mais fracos, eu e o Ryan acabamos ficando de fora. Faz parte do jogo. Mas eu não faria nada diferente, tomaria todas as minhas decisões novamente, tudo que eu fiz esse ano eu faria de novo. Acho que tem coisas que não são para ser. Eu tentei o meu máximo, fiz tudo o que podia – desabafou Thiago.

A EMOÇÃO NO ALTO DO PÓDIO

Minutos antes de entrar na piscina, Phelps apareceu no telão, na sala de espera dos atletas antes da prova, conferindo o celular. Como de costume, escutou música até o último minuto, secou bem os pés antes de subir no bloco e fez o tradicional alongamento, jogando os braços para trás, mostrando sua incrível flexibilidade. Entrou na água, não olhou para os lados e fez o que de costume: bateu em primeiro. Logo depois, no alto do pódio, voltou a surpreender ao se emocionar na hora do hino. Os olhos cheios de lágrimas do americano, até pouco tempo atrás tão contido, ainda chamam atenção. Mas a emoção foi interrompida para mais uma missão: garantir vaga na disputa de sua 27ª medalha olímpica, nos 100m borboleta.

– Todos os dias eu estou vivenciando o sonho se tornar realidade. Quando criança, eu queria fazer algo que ninguém tinha feito antes, e estou gostando. Ser capaz de me despedir como estou ganhando é algo muito especial para mim, e é por isso que vocês estão me vendo mais e mais emotivo no pódio.

Com a vitória também nos 200m medley, sua quarta na competição que marca sua despedida das piscinas, Phelps alcançou outras duas marcas históricas. Campeão dos 200m medley em Atenas 2004, Pequim 2008 e Londres 2012, tornou-se nesta noite o primeiro nadador com quatro ouros em uma mesma prova individual. Além disso, passou a ser também o maior vencedor dos Jogos Olímpicos entre todos os esportes em provas individuais. Com 15 ao todo, ultrapassa a ex-ginasta da União Soviética Larissa Latynina, que tem 14 pódios, sem contar os quatro conquistados em provas por equipe.

SEM DESCANSO, PHELPS VOLTA PARA ÀGUA

A competição no Rio de Janeiro, sua quinta e última Olimpíada, não deixa dúvidas de que, mesmo aos 31 anos, Phelps ainda tem disposição e fôlego de sobra. Mais uma vez, assim como fez na terça-feira, saiu do pódio dos 200m medley e foi direto para a sala de espera dos atletas, para disputar as semifinais dos 100m borboleta. O fenômeno americano, mesmo cansado, garantiu vaga em sua quinta decisão com o quinto melhor tempo entre as duas baterias: 51s58. Joseph Schooling, atleta de Singapura que treina nos Estados Unidos, foi o mais rápido da etapa, com a marca de 50s83 (novo recorde asiático).

GE

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