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Coalizão de Macri vence eleições legislativas na Argentina

macriA coalizão Cambiemos, do presidente da Argentina, Mauricio Macri, ganhou as eleições legislativas de meio mandato realizadas neste domingo (22), com vitórias nas cinco maiores províncias do país, segundo os resultados oficiais. O pleito foi considerado o primeiro grande desafio do presidente desde que ele assumiu o poder, em 2015. A ex-presidente Cristina Kirchner conquistou uma vaga no Senado, ao ser a segunda mais votada na província de Buenos Aires.

Com 99,22% das urnas apuradas, a coalizão que dá apoio ao presidente venceu em 13 das 23 províncias do país. Mesmo ficando em primeiro lugar, o partido do presidente não terá o controle do Congresso. Mas passa a ter mais força para aprovar reformas-chave, como a trabalhista, fiscal e política. Segundo Macri, essas medidas permitirão ao país ganhar mais previsibilidade em relação aos investidores estrangeiros para um crescimento econômico.

No maior distrito, a província de Buenos Aires, que concentra quase 40% dos eleitores, o candidato do Cambiemos ao Senado, Esteban Bullrich, obtinha as 3h55 (horário de Brasília) 41,38% dos votos, contra 37,25% da ex-presidente e principal opositora Cristina Kirchner, do partido Unidad Ciudadana.

Cristina conquistou a segunda vaga no Senado pela província de Buenos Aires, onde havia três assentos em jogo. Como não foi a mais votada, ela perde força para as eleições de 2019. Mas com sua eleição obtém imunidade parlamentar, em um momento em que é acusada de corrupção.

Não foram registrados incidentes de relevância durante a votação deste domingo, que começou às 9h (horário de Brasília) e terminou às 19h. No total, foram abertas 90.084 mesas eleitorais em 14.500 postos de votação.

A agência EFE informou que aproximadamente 106 mil membros de polícia, da prefeitura de Buenos Aires e das forças armadas foram desdobrados para garantir a segurança.

Ao longo do período de votação, dois colégios da capital e a Faculdade de Ciências Sociais da Universidade de Buenos Aires tiveram de ser esvaziados por ameaças de bombas, mas as votações foram retomadas após a inspeção. Nos últimos dias, foram registradas quase 3 mil chamadas não identificadas alertando sobre explosivos em diversas escolas.

Caso Maldonado

O presidente Macri demonstrou otimismo ao votar neste domingo. “Estamos contentes com o que vem acontecendo no país. Acreditamos que temos um grande futuro pela frente”, afirmou, segundo a EFE.

Ele também falou sobre a descoberta do corpo do ativista Santiago Maldonado, cujo desaparecimento provocou um grande debate público na Argentina. Uma das principais suspeitas, sobretudo por parte da família e de organizações de direitos humanos, é de que policiais foram responsáveis por seu desaparecimento. Nesta sexta-feira (20), o irmão de Maldonado afirmou que reconheceu o corpo do ativista.

Os resultados das eleições evidenciam que o apoio eleitoral a Mcari não foi afetado pela morte do ativista.

De acordo com a EFE, o presidente disse estar “preocupado” com o que aconteceu, mas pediu “prudência” e que as pessoas deixem a Justiça agir depois de que a autópsia revelou que o corpo não tinha lesões.

Já Cristina Kirchner não votou neste domingo porque tem seu domicílio eleitoral em Río Gallegos, capital da província de Santa Cruz. A cidade fica a 2,5 mil quilômetros de Buenos Aires, por onde ela sai candidata. De acordo com ela, os horários de voos disponíveis não permitiriam uma viagem de ida e volta no mesmo dia.

Outro ex-presidente peronista, mas identificado com a direita do partido, Carlos Menem (1989-99), de 87 anos, conseguiu a reeleição como senador pela pequena província de La Rioja.

Menem recebeu 44,1% dos votos, sendo superado pelo candidato macrista Julio Martínez, que registrou 44,7% dos votos, aos 99,22% da apuração. Ambos garantiram suas cadeiras no Senado.

Com a reeleição, o ex-presidente mantém a imunidade parlamentar e o foro privilegiado, o que evita seu envio para a prisão.

Menem foi condenado a 7 anos de prisão pela venda de armas e munições a Croácia e Equador, apesar da adesão da Argentina a um embargo internacional porque estes países estavam em guerra contra a Sérvia e o Peru, respectivamente. Também foi condenado a 14 anos de perda dos direitos políticos.

Menem apelou contra sua inabilitação para exercer cargos públicos e foi autorizado a voltar a disputar eleições.

G1

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