Clube do Choro da PB e Os Três do Norte fazem dobradinha no Sabadinho Bom
Seguindo a proposta de junho, de trocar o samba pelo forró para compor a dobradinha de apresentações do projeto, o Sabadinho Bom traz para este dia 20 Os Três do Norte como atração que fechará à tarde. O show de abertura, às 11h30, terá o Clube do Choro da Paraíba, que com 30 anos é a instituição do gênero mais antiga atuante na cidade. O projeto é realizado na Praça Rio Branco, no Centro Histórico, numa promoção da Fundação Cultural de João Pessoa (Funjope).
O programa deste sábado do Clube do Choro terá, entre outras composições, “Doce de Coco” e “Brasileirinho” (Jacob do Bandolim), “Delicado” e “Pedacinhos do Céu” (Waldir Azevedo), “Carinhoso” e “Naquele Tempo” (Pixinguinha), “André de Sapato Novo” (André Victor Correia) e “Espinha de Bacalhau” (Severino Araújo).
A vocalista Eunice Dias, de 78 anos, ainda rouca de uma gripe, não se abate diante da possibilidade de estender as horas de palco no Sabadinho ao projeto de apresentações, das 17h30 às 21h, que mantém todo sábado na sede própria do clube, na Avenida 13 de Maio, no Centro. “Não posso ficar parada em casa, vendo TV. No tempo que tenho livre, troco informações com outros clubes de choro pelo Brasil e do mundo, sondando o que cada um enfrenta na sua realidade”, diz.
O Clube do Choro foi fundado em 1985 e firma-se atualmente como um dos mais consolidados na disseminação do estilo. Nas suas apresentações, o grupo também repassa clássicos de Ernesto Nazareth, Pixinguinha, Cartola, Waldir Azevedo, Paulinho da Viola e Alcione.
Os Três do Norte – O trio surgiu em 1981, ideia de Josil da Silva (vocal e zabumba) – o Tizil da Paraíba, Lorenzo Farias (sanfona) e Alcides (triângulo). Este saiu da formação para dar lugar a José Milton, em 2004. A carreira dos três sempre esteve atrelada à existência das quadrilhas juninas folclóricas, como a Fazenda Mangereba, Cascavel, Linda Rosa, Pendura Saia, Lageiro Seco, Lampião, Paraíba, Espigão e Fazenda Coqueiral, com as quais fizeram turnê por vários estados.
Hoje, boa parte dessas agremiações está extinta – assim como a participação do trio com as que restaram: “Ficamos desapontados com o rumo de crescente estilização das juninas, que passaram a investir mais e mais em ornamentação e menos na busca pela sua essência. Por isso, não tocamos mais”, conta Tizil, mesmo reconhecendo que este possa ser um caminho sem volta.
Na contramão, o trio segue tocando quem historicamente projetou a cultura do Nordeste, como Luiz Gonzaga, Trio Nordestino, Pinto do Acordeon, Flávio José, Santanna e Jackson do Pandeiro.
Secom/JP