China, Rússia e dezenas de países se comprometem a defender Maduro na ONU
A China, a Rússia e vários outros países se comprometeram nesta quinta-feira a defender nas Nações Unidas o governo venezuelano de Nicolás Maduro frente às ações dos Estados Unidos.
Recebido por representantes de várias dessas nações, o chanceler da Venezuela, Jorge Arreaza, apresentou uma declaração na qual a coalizão denuncia a violação de princípios básicos da ONU, como o respeito à soberania nacional, e critica as sanções e ameaças realizadas por Washington.
“Nos próximos dias, iniciaremos uma série de ações como grupo para aumentar a consciência sobre os perigos que nossos povos atualmente enfrentam e, especialmente, o povo da República Bolivariana da Venezuela”, diz o documento, lido por Arreaza.
Ao ser perguntado a respeito, o chanceler venezuelano não quis antecipar quais medidas estão previstas, mas ressaltou que haverá uma tentativa de “coordenar” ações em todos os níveis das Nações Unidas.
Rússia e China são membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, por isso têm capacidade para vetar qualquer iniciativa dos Estados Unidos e de seus aliados nesse órgão.
Junto a eles, acompanharam o chanceler venezuelano nesta quinta-feira embaixadores de países como Cuba, Nicarágua, Irã, Síria e Palestina.
“Estamos nos organizando para defender o direito dos povos a viver em paz, a coexistir de acordo com os princípios do direito internacional, que estão sendo violados de maneira flagrante e aberta; e, no caso da República Bolivariana da Venezuela, neste momento da maneira mais notória que podem ser violados”, afirmou Arreaza.
O chefe da diplomacia venezuelana criticou mais uma vez as sanções americanas contra seu país e contra outros, enfatizando que Washington não tem “moral nem autoridade para impor sanções a ninguém”.
Além disso, o diplomata venezuelano denunciou que os EUA ameaçam usar a força e ressaltou que “a Venezuela é um país soberano” e protegerá “cada milímetro do território”.
“A resposta que daremos em cada situação será proporcional e correspondente a qualquer tipo de ataque ou ingerência que se faça”, afirmou Arreaza.
O embaixador russo na ONU, Vasyl Nebenzia, disse hoje aos jornalistas que seu país está muito preocupado com a possibilidade de que uma “ação militar” seja considerada contra a Venezuela.
Arreaza manteve reuniões durante esta semana nas Nações Unidas para buscar apoio para o seu governo diante da crise vivida no país.
A tensão na Venezuela aumentou a partir de 23 de janeiro, quando o presidente da Assembleia Nacional (parlamento) venezuelana, Juan Guaidó, se autoproclamou presidente interino do país por considerar Nicolás Maduro ilegítimo após sua reeleição em um pleito que a oposição classifica como “fraudulento”.
Essa ação acentuou a crise política na Venezuela, pois, além disso, boa parte da comunidade internacional, como os Estados Unidos e vários países europeus e latino-americanos, deram apoio a Guaidó e pressionam para que sejam convocadas eleições.
Agência EFE