China é o primeiro país do mundo a recolher amostras do lado oculto da lua
O material será levado a um laboratório especial, onde as amostras serão catalogadas e analisadas
A missão Chang´e 6, do programa espacial chinês, pousou com auxílio de paraquedas na madrugada desta terça-feira (25) na região da Mongólia Interior, se tornando a primeira a conseguir coletar amostras da face oculta da lua. O material será levado a um laboratório especial, onde as amostras serão catalogadas e analisadas em um ambiente de nitrogênio puro, evitando a contaminação.
Como previsto pela CNSA (agência espacial chinesa), a missão durou pouco menos de dois meses, começando com o lançamento de um foguete Chang Zheng 5 (Longa Marcha 5) no dia 3 de maio. O veículo atingiu a órbita lunar em apenas 5 dias e ficou um bom tempo em órbita lunar, até aterrissar no dia 1º de junho.
A exploração espacial da CNSA colheu cerca de 2kg de rochas e poeira lunar com uma pá e uma perfuratriz nas imediações do sítio de pouso, na cratera Apollo. A expectativa é que o estudo do material possa responder várias dúvidas sobre o funcionamento da Lua. A principal delas é por que e o hemisfério lunar voltado para a Terra, com grandes bacias produzidas por vulcanismo, os chamados “mares”, é tão diferente do hemisfério oculto, mais antigo e coberto por crateras?
Um estudo publicado por pesquisadores da Academia Chinesa no periódico The Innovation indica que o material deve ter composições variadas, com a sua maioria sendo rochas vulcânicas ou material ejetado de outras partes da superfície. “Há diferenças significativas entre o lado afastado e o lado próximo da Lua, em termos de espessura da crosta lunar, atividade vulcânica, composição etc.”, diz em nota Zongyu Yue, um dos autores do artigo no The Innovation.
Já é a segunda vez que a China consegue um feito inédito na história da exploração espacial. Em 2019, a Chang´e 4 foi a primeira a pousar no lado oculto da lua, mas sem conseguir coletar amostras para reenvio à terra.
Com Brasil 247