Campanha Internacional para a Abolição das Armas Nucleares ganha Nobel da Paz 2017
A Campanha Internacional para a Abolição das Armas Nucleares (ICAN, sigla em inglês) foi premiada, nesta sexta-feira (6), com o prêmio Nobel da Paz, anunciou o Comitê Nobel Norueguês, alertando sobre as “consequências humanitárias catastróficas” desses arsenais e pelos seus esforços para fazer um tratado que os proíbe. A informação é da agência EFE.
Esta união de associações que estende por 100 países foi uma “força motriz” e um “ator líder da sociedade civil” do movimento contra as armas nucleares e juntou esforços para “estigmatizar, proibir e eliminar” este tipo de armamento, diz a argumentação do prêmio.
O Comitê enfatizou o “sofrimento humano inaceitável” como um “argumento importante” para a proibição de armas e enfatizou que outras armas menos destrutivas, como as minas antipessoais, bombas de fragmentação e armas químicas e biológicas já foram proibidas por diferentes tratados.
O Nobel destacou que no dia 7 de julho deste ano, 122 países assinaram um tratado internacional contra a proliferação nuclear, mas lamentou que nenhum dos “países que têm armas nucleares, nem seus aliados” ratificaram, ainda que Estados Unidos, Rússia, Reino Unido, França e China tenham dado um primeiro passo neste sentido.
Este prêmio, acrescentou a decisão, é “também um apelo” a estes países para que iniciem “negociações sérias” para a eliminação das 15 mil “armas nucleares existentes em todo mundo”.
A ICAN sucede, no prêmio, o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, que foi homenageado pelos seus “decididos esforços” para levar a paz ao seu país, após 52 anos de conflito armado. A decisão foi anunciada dias após o “não” vencer no referendo colombiano sobre os acordos com a guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).
O anúncio deste ano foi a estreia da presidente do Comitê Nobel Norueguuês, Berit Reiss-Andersen, que assumiu o cargo após a morte de Kaci Kullmann Five, ex-líder conservadora norueguesa, em fevereiro deste ano.
O prêmio da Paz fecha os anúncios do Nobel esta semana, que foi aberto na última segunda-feira (2) com o de Medicina aos cientistas americanos Jeffrey C. Hall, Michael Rosbash e Michael W. Young, por descobrir os mecanismos do chamado relógio biológico.
Ontem (5) foi a vez da Literatura, que foi para o escritor britânico de origem japonesa Kazuo Ishiguro, reconhecendo a força “emocional” de seus romances. Na próxima segunda (9) será conhecido o vencedor do prêmio Nobel de Economia.
A entrega da premiação acontecerá no dia 10 de dezembro, aniversário da morte do fundador dos prêmios, Alfred Nobel, em uma dupla cerimônia na Câmara Municipal de Oslo, onde será entregue o da Paz, e no Konserthus, de Estocolmo, para o resto dos prêmios.
EFE