Caminhoneiros chamam linha de crédito do governo de ‘esmola’
O governo federal anunciou, nesta terça-feira (16), uma série de medidas para tentar evitar uma nova paralisação nacional da categoria. Entre elas, estão R$ 2 bilhões em obras nas estradas e o lançamento de uma linha de crédito para caminhoneiros autônomos, pelo BNDES, que chegará a R$ 500 milhões. Serão destinados até R$ 30 mil para cada caminhoneiro autônomo por meio de instituições como Banco do Brasil e Caixa. No entanto, motoristas de caminhão que participaram da paralisação de 2018 criticaram as medidas, como aponta a reportagem do jornal Folha de S.Paulo.
“Nada do que o ministro da Infraestrutura anunciou nos ajuda. É um avanço conseguir pegar dinheiro no BNDES a baixo custo? É. Mas hoje, mais da metade dos caminhoneiros estão com o nome sujo no Serasa. Nós vamos conseguir pegar esse crédito?”, questiona Wanderlei Dias, o Dedéco, de Curitiba (PR).
Ele diz que não representa toda a classe. “Eu tenho os caminhoneiros que estão comigo. E faço parte de um grupo com outros amigos, que têm outros caminhoneiros com eles. Isso faz uma rede de mais de um milhão de caminhoneiros”.
Segundo Dias, os motoristas não estão conseguindo pagar as parcelas dos caminhões e por isso estão com o nome sujo.
Ariovaldo Junior Almeida, diretor do Sindicato dos Caminhoneiros de Ourinhos, interior de São Paulo, chamou de “esmola” o crédito oferecido.
“É melhor do que nada, mas é esmola. Trinta mil reais não dá para 15 pneus”, aponta.
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