Bravo, Chile! Goleiro pega três pênaltis, elimina Portugal e põe sul-americanos na final
Não é preciso muito esforço para encontrar uma palavra que faça jus à atuação do grande herói do duelo entre Chile e Portugal nas semifinais da Copa das Confederações: basta recorrer ao seu nome. Após 120 minutos em que as estrelas em campo deixaram um pouco a desejar com um empate em 0 a 0 na Arena Kazan, nesta quarta-feira, Claudio Bravo chamou para si a responsabilidade, defendeu três pênaltis e classificou sua equipe apara a grande decisão, em São Petersburgo, no próximo domingo. Vidal, Aránguiz e Sánchez converteram suas cobranças para os chilenos, e Quaresma, Moutinho e Nani pararam nas defesas do arqueiro adversário.
Claudio Bravo começou a Copa das Confederações em baixa, sofrendo com problemas físicos e especulações sobre sua condição mental, mas mostrou nesta quarta porque é o capitão e líder do vestiário chileno. Depois de uma atuação segura contra a Austrália, foi importante quando acionado nos 120 minutos contra os portugueses e brilhou no momento em que mais foi necessário. Fez três belas defesas nas cobranças portuguesas e mostrou que está, sim, concentrado e pronto para erguer mais um troféu.
A chamada “geração dourada” do Chile terá a terceira grande oportunidade de fazer história no próximo domingo. Depois de conquistar duas Copa Américas consecutivas, os chilenos buscarão na Rússia um título inédito, que pode consolidar o time comandado por Marcelo Pizzi no ról de grandes seleções do futebol mundial atualmente. O adversário sairá do confronto entre México e Alemanha, na próxima quinta-feira.
O começo do jogo foi digno da expectativa gerada antes da bola rolar. Bastaram dois minutos para Bravo fazer uma boa defesa em chute de André Gomes, antes de duas chances claras de gol: uma para cada lado. Aos seis, Vargas teve seu chute defendido por Rui Patrício, e André Silva viu Bravo salvar sua finalização após belo passe de Cristiano Ronaldo, um minuto depois. Portugal conseguiu controlar a bola e trazer perigo cercando a área chilena até a metade da etapa. Aos 28, Aránguiz quase marcou de cabeça – e a partir daí o Chile foi quem viveu melhor momento, mas sem implementar tanta pressão.
O começo do segundo tempo alternou bons momentos das duas equipes. Portugal conseguiu pressionar, mas não teve espaço para finalizar. O Chile foi mais efetivo e perdeu uma chance com Vidal cabeceando por cima, aos oito, e uma finalização de Vargas defendida lindamente por Rui Patrício, aos 11. Os lusos conseguiram responder na sequência com seu astro, CR7, batendo forte e vendo Bravo defender. A partida ficou corrida, com muitas recuperações de bola no meio de campo e poucos ataques proveitosos. Cristiano tentou finalizar de novo aos 26, mas foi travado por Vargas e viu a bola passar bem perto do gol. A tensão ficou clara na atmosfera da partida com o passar dos minutos e a aproximação de uma prorrogação. CR7 teve outra chance aos 39, cabeceando para fora.
Portugal tentou tomar a iniciativa no começo da prorrogação, e o Chile tentou manter a marcação sob pressão na medida do possível. A grande chance – talvez do jogo – veio aos cinco minutos, quando Alexis Sánchez subiu e testou firme, mirando o canto de Rui Patrício. A bola pegou efeito e saiu ao lado do gol, bem perto da trave, arrancando suspiros de lamento de um lado, e de alívio do outro. Portugal tentou controlar o jogo no restante do primeiro tempo extra, mas no começo da etapa final viu o Chile crescer. Os chilenos tiveram nova chance com Alexis, que caiu na área ao ser pisado por José Fonte. Os sul-americanos reclamaram, mas o árbitro mandou o jogo seguir, aparentemente sem receber qualquer aviso do árbitro assistente de vídeo (VAR). A pressão chilena seguiu a ponto de Vidal chutar na trave, e, no rebote, Martin Rodríguez acertar o travessão. Os lusos ficaram nervosos e tiveram dificuldade de segurar o adversário, que tentou se aproveitar para conseguir um gol no apagar das luzes, mas não conseguiu.
Vidal foi para a primeira cobrança e converteu. Na sequência, Quaresma bateu, e Bravo defendeu. Aranguiz fez o dele, e o arqueiro chileno voltou a brilhar pegando o chute de Moutinho. O Chile ficou bem perto de se classificar com a cobrança convertida de Sánchez, e Bravo novamente se destacou: pulou para o canto certo e finalizou a disputa como herói.
GE