Brasil termina Mundial de Atletismo Paralímpico na inédita 2ª colocação no quadro de medalhas
Até então, a melhor colocação do Brasil em Mundiais fora na edição de Lyon 2013, quando o time verde-amarelo ficou com a terceira colocação. “Do ponto de vista técnico, se traçarmos um comparativo entre Lyon e Dubai, com os tempos registrados em 2013, nós teríamos conquistado aqui quatro ouros, uma prata e nenhum bronze. Isso significa que essa, sem nenhuma dúvida, é a melhor participação do Brasil na história em Mundiais de Atletismo”, afirmou Mizael Conrado, presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro.
A China foi, mais uma vez, a campeã, com 25 ouros, 22 pratas e 11 bronzes, de um total de 58. No terceiro posto, atrás do Brasil, veio a Grã-Bretanha, com 13 ouros, nove pratas e seis bronzes.
“Estamos extremamente contentes. A performance dos nossos atletas foi fenomenal.
Treinamos muito para estar aqui, só temos que agradecer o empenho deles e agora começa a expectativa para Tóquio”, comentou Jonas Freire, diretor-técnico adjunto do CPB, e chefe da delegação brasileira no Mundial de Dubai.
A evolução brasileira fica ainda mais cristalina quando comparada aos dos dois Mundiais que antecederam o de Dubai. Em Londres 2017, foram 21 pódios, apenas oito ouros. Em Doha, o número de medalhas foi superior (35), porém o de ouros foi idêntico ao da capital britânica.
Nesta sexta-feira (15) o Brasil conquistou suas duas últimas medalhas, com o bronze de Adriano de Souza na classe RR3 da petra (para paralisados cerebrais), e o bronze também nos 100m da classe T63 (amputados de perna), com Vinícius Rodrigues. Ele ficou distante do ouro por apenas seis centésimos. O campeão foi o dinamarquês Daniel Wagner (12s32), seguido do alemão Leon Schaefer (12s34), enquanto que o brasileiro cruzou a linha de chegada em 12s38.
“Estou com muita raiva. Vim para a medalha de ouro, estava me sentindo bem, mas larguei mal, e no fim não cheguei do jeito que gostaria”, comentou o atleta que ainda é o detentor do recorde mundial, com 11s95, alcançados no CT Paralímpico, durante o Open Loterias Caixa, em abril deste ano.
Em Dubai 2019, Brasil alcançou a façanha de conquistar medalha em todas as provas disputadas no campo. Foram seis ouros e cinco bronzes, o que corresponde a 28% dos pódios brasileiros em Dubai.
Quatro recordes mundiais foram estabelecidos pelos brasileiros nos Emirados Árabes Unidos, dos quais três foram registrados em provas de campo. Os paulistas Beth Gomes e Alessandro Rodrigo bateram recordes no lançamento de disco das classes F52 (cadeirantes) e F11 (cegos), respectivamente. O paraibano Cícero Valdiran foi recordista no lançamento de dardo F57. A nova marca mundial da pista foi estabelecida pelo paraibano Petrúcio Ferreira nos 100m T47 (amputados de braço).
Petrúcio integrou o pódio triplo brasileiro nos 100m T47. O vice-campeão foi o carioca Washington Júnior e o bronze foi para o alagoano Yohansson Nascimento.
“O Centro de Treinamento, em São Paulo, já oferece algum impacto para o rendimento do Brasil. Nossos projetos estruturais de desenvolvimento até o alto rendimento, como o Camping Escolar, que é o elo entre as Paralimpíadas Escolares e o alto rendimento. Assim, temos muito jovens aqui. Este resultado mostra que vamos fazer história no Japão”, completou Mizael Conrado.
Esta foi a nona edição da competição e teve como sede o Dubai Club for People of Determination desde a quinta-feira, 7. A Seleção Brasileira conta com 43 competidores entre os 1.400 inscritos de 120 países no Mundial de Dubai, que se encerra nesta sexta-feira (15).
A delegação brasileira desembarca no Brasil via Aeroporto Internacional Governador André Franco Montoro, em Guarulhos, às 17h20 deste sábado, no voo EK261 da Emirates, procedente de Dubai.
O próximo Mundial de Atletismo será na cidade japonesa de Kobe em 2021.