No meio do caminho, tinha uma Sérvia; tinha uma Sérvia no meio do caminho.
No meio do caminho rumo à semifinal da Copa do Mundo, a primeira em 28 anos. No meio do caminho em direção a uma medalha que não é conquistada há outros 36.
No meio do caminho tinha Milos Teodosic, um dos melhores armadores do basquete europeu. Tinha Bogdanovic, Bjelica, tinha Radjulica. Tinham os erros ofensivos e defensivos, o nervosismo, a afobação.
Tinha a derrota por 84 a 56.
No meio do caminho tinha uma Sérvia que, quando fraquejou, no segundo quarto, viu um rival que não aproveitou o momento. Um time que, na parte final do jogo, foi implacável.
E, no meio do caminho, o Brasil se perdeu. Perdeu a calma, a pontaria, a aplicação defensiva. A Sérvia foi grande demais.
A campanha brasileira termina com cinco vitórias e duas derrotas. Termina com a certeza de que um longo caminho foi percorrido nos últimos anos. Mas ainda falta muito a percorrer.
Não nesta Copa do Mundo. Não no Palácio de Esportes de Madri.
Porque, no meio do caminho, tinha uma Sérvia. Tinha uma Sérvia no meio do caminho.
O jogo – A partida começou com a Sérvia marcando forte, sobretudo no garrafão, e o Brasil buscando soluções para pontuar. Os europeus baseavam seu jogo no armador Milos Teodosic, que terminou o primeiro período com 8 pontos; os brasileiros, sem conseguirem armar jogadas, dependiam fundamentalmente de Anderson Varejão.
No intervalo, diferença no jogo era de cinco pontos
O pivô foi o melhor da seleção no primeiro quarto, com 8 pontos e 5 rebotes. Mas sua boa atuação não impediu os sérvios de abrirem vantagem – a parcial terminou com o placar de 21 a 17.
No início do segundo quarto, o Brasil reagiu e, graças a duas bolas de três pontos de Alex, fez 23 a 21, assumindo a vantagem no marcador. Os sérvios reagiram – novamente com Teodosic – e voltaram a ter a liderança logo em seguida, com 24 a 23.
Quando a Sérvia liderava por 29 a 23, o Brasil teve seu melhor momento até então. Com 9 pontos seguidos, fez 32 a 29 e parecia, finalmente, no controle das ações. Mas os erros voltaram a aparecer, e os sérvios aproveitaram nos minutos finais – com uma sequência de 8 a 0, terminaram a parcial com 37 a 32.
O terceiro quarto foi decisivo para a partida. Com o Brasil mal no ataque e nada defesa, a Sérvia conseguiu ampliar a vantagem. Com uma sequência de duas faltas técnicas – e quatro lances livres acertados por Teodosic – a margem sérvia ultrapassou pela primeira vez os 10 pontos.
Aí, a seleção brasileira desmoronou.
O terceiro quarto terminou com 66 a 44. Era preciso um milagre para a seleção se manter no torneio.
O milagre não aconteceu.
ESPN Brasil
