Brasil derruba Rússia e vai invicto às quartas

JaquelineOs olhares, tensos, mostravam o nervosismo por trás de um discurso tranquilo. Enquanto um ginásio explodia em som, as meninas, em quadra, evitavam falar antes de a bola subir. O caminho até ali havia sido perfeito, mas faltava uma prova maior. Do outro lado, o rival mais temido, mas, para buscar um título, não se pode escolher adversário. Na noite deste domingo, o Brasil teve seu maior desafio até aqui nos Jogos do Rio. A Rússia vinha armada com Nataliya Goncharova e Tatiana Kosholeva, mas a seleção soube se manter firme. Em um Maracanãzinho lotado, a equipe derrubou as russas com facilidade em 3 sets a 0, parciais 25/23, 25/21 e 25/21 (veja os melhores momentos no vídeo acima).

Sheilla brilhou com 18 pontos, três deles em saques. Natália manteve a boa média e fechou a partida com 14. Com mais um resultado positivo, o Brasil encerrou a fase de classificação de forma soberana. Foram cinco vitórias em cinco jogos, sem perder sets, na liderança do grupo A. Agora, enfrenta a China nas quartas de final da Olimpíada na próxima terça-feira, às 22h15 (de Brasília). A Rússia avançou em segundo lugar e, após sorteio, vai encarar a Sérvia.

– Foi um jogo importante para a classificação, mas agora começa um novo campeonato. Agora, é pensar na China, que é um adversário para quem perdemos a última partida. É um adversário que, desde o começo, colocamos como candidato ao título. Temos que estar atentas. Tudo pode acontecer a partir de agora. Contamos muito com a torcida – afirmou Sheilla, grande destaque do jogo.

As dores na panturrilha ficaram para trás, e Zé Roberto confiou. Thaísa, que entrara em quadra no decorrer dos últimos jogos, teve a chance de começar como titular. O início foi à moda antiga. Logo na primeira jogada, a central saltou à rede e marcou o primeiro ponto com um bloqueio perfeito. Fê Garay aumentou a contagem na sequência, mas todas sabiam que não seria fácil. Não podia ser. Bem superior aos últimos rivais, a Rússia logo mostrou força. Na pancada de Goncharova, passou à frente: 5/4

Nada que desanimasse. As donas da casa se mantiveram atentas e voltaram à frente em uma largadinha perfeita de Natália. Era um jogo equilibrado, porém. O Brasil chegou a abrir dois pontos, mas as rivais buscaram. Só que Thaísa queria jogo. Ao perceber o erro da recepção rival, subiu antes e mandou a bola ao chão. Logo depois, em mais um erro russo, a seleção abriu 14/11, e o técnico Yuri Marichev pediu tempo.

A vantagem no placar, porém, dava poucas garantias. Do outro lado, Goncharova e Kosheleva causavam um perigo constante. Mas as brasileiras estavam preparadas. Depois de as russas encostarem uma vez mais, a seleção abriu 18/15 em bloqueio perfeito de Natália. Na sequência, em um belo rali, Sheilla fez ótima defesa. As rivais não esperavam que a bola caísse direto no seu lado da quadra.

As russas voltaram a buscar e ficaram a um ponto do empate. Em novo rali, porém, Sheilla encheu a mão para marcar. O esforço foi reconhecido pela torcida, que passou a gritar o nome da oposta. O jogo se manteve complicado – para os dois lados. Depois de erro de Sheilla, tudo igual no placar: 23/23. A reação parou por aí. Fabiana, de bloqueio, recolocou a seleção na dianteira. Zé, então, chamou Jaqueline para o saque. Deu certo. Após a bola voltar limpa para o lado brasileiro, Fê Garay deu fim à parcial: 25/23.

Na volta à quadra, a Rússia tentou reagir. As brasileiras, do outro lado, ajudaram. Com três erros, fizeram com que as rivais abrissem 5/2 no placar. O Brasil não demorou a acordar. Passou à frente num golpe de sorte. Em saque de Fabiana, a bola bateu na fita e foi direto ao chão da Rússia (7/6). Mas a seleção ainda errava muito. Em um erro de recepção de Fê Garay, as rivais voltaram a abrir. Zé chamou Jaque uma vez mais, mas desta vez para tentar recuperar o passe da equipe.

Deu certo. A equipe voltou ao seu melhor momento e equilibrou a partida. O bloqueio, àquela altura, funcionava bem. Foi depois de um triplo que o Brasil abriu 15/13 e forçou o pedido de tempo do outro lado. Ainda assim, Goncharova e Kosholeva causavam estragos. As russas também tinham Shcherban, que deixou tudo igual em saque sem defesa para Léia.

O serviço brasileiro, porém, também funcionava. Quando Fabiana encheu a mão para marcar mais um ponto no fundamento e abrir 17/15, a Rússia voltou a parar o jogo. O momento era todo do Brasil. Após ótimo levantamento de Dani Lins, Natália soltou o braço e marcou 19/15. Voltou a fazer o mesmo três lances depois, ampliando a vantagem para 21/16. Thaísa, monstruosa no bloqueio, ampliou. Com o placar em 24/18, as russas ensaiaram uma reação. Diminuíram a diferença para três pontos e fizeram Zé Roberto parar o jogo. Funcionou: na volta, Sheilla usou o bloqueio rival para fechar a conta em 25/21.

O início do terceiro set não foi nada bom. Enquanto as russas tentavam reagir, as brasileiras sofriam com uma queda de rendimento. As rivais chegaram a abrir novamente 5/2, depois de erro de Thaísa. O despertar brasileiro não demorou a acontecer. Aos poucos, muito pelo talento de Sheilla, em mais uma grande partida, a seleção voltou à partida. Passou à frente pela primeira vez em ace de Dani Lins e não saiu mais.

Foi a vez de a Rússia parar. Com Sheilla no saque, o Brasil disparou. Jaqueline marcou três vezes em sequência, e a seleção abriu incríveis oito pontos de vantagem (20/12). Mas foi quando a seleção parou. As rivais diminuíram a diferença, e Zé pediu tempo. Duas vezes. Mais uma vez, funcionou. Sheilla marcou, Dani Lins encaixou o saque, e a equipe chegou ao match point (24/20). A Rússia ainda marcou mais um ponto, mas a noite era brasileira. Natália voou e soltou a pancada. O técnico russo pediu desafio, mas estava errado. Fim de papo: 25/21.

GE

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