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Polícia Federal conclui que Bolsonaro tinha ‘pleno conhecimento’ de plano para assassinar Lula

A Polícia Federal encontrou evidências de que Jair Bolsonaro, durante sua presidência, teria ciência de um plano para assassinar o então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e seu vice, Geraldo Alckmin. A ação seria parte de uma tentativa de golpe de Estado após a derrota nas eleições de 2022. As informações, publicadas pela Reuters, constam no relatório final da PF, que será encaminhado nesta quinta-feira (21) ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Uma das descobertas centrais é a impressão de documentos detalhando o plano no Palácio do Planalto em momentos em que Bolsonaro estava no local. Essa informação foi confirmada pelo cruzamento da localização do celular do general da reserva Mario Fernandes, um dos presos na operação, com registros da impressora utilizada. O general é acusado de ser peça-chave na articulação do plano, que também previa o assassinato do ministro Alexandre de Moraes, do STF.

Conversas entre terceiros reforçam os indícios da participação de Bolsonaro, de acordo com fontes ligadas às investigações. A iniciativa para indiciar o ex-presidente ocorre dias após a prisão de um policial e quatro militares, incluindo um general que havia atuado como ministro interino no governo Bolsonaro.

Dois anos de investigação

O extenso relatório da PF, com mais de 800 páginas, sugere que Bolsonaro seja responsabilizado criminalmente por golpe de Estado, abolição violenta do Estado democrático de direito e organização criminosa. Também são mencionados como cúmplices o general Braga Netto, ex-ministro e candidato a vice na chapa de Bolsonaro em 2022, e o general Augusto Heleno, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), além de mais 40 nomes.

Após a conclusão do relatório, o processo segue para o ministro Alexandre de Moraes, que o enviará ao procurador-geral da República, Paulo Gonet. A PGR decidirá se oferece denúncia formal, arquiva o caso ou solicita novas diligências. Não há prazo para essa decisão, mas fontes do MPF indicam que o caso será analisado junto a outras investigações contra Bolsonaro, incluindo fraudes no cartão de vacinação e a apropriação de joias sauditas.

Impactos políticos

As descobertas aprofundam a crise política enfrentada pelo ex-presidente, já inelegível até 2030 devido a ataques ao sistema eleitoral. O avanço dessa investigação pode complicar ainda mais seus planos de retorno político em 2026. Aliados tentam reverter sua inelegibilidade, mas o relatório da PF representa um novo revés.

Bolsonaro, por meio de seu advogado Paulo Cunha Amador Bueno, informou que aguardará o conteúdo do relatório para se manifestar. A defesa dos generais Augusto Heleno e Braga Netto, por sua vez, não se pronunciou até o momento.

Com Agência Brasil

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