Bolsonaro partiu para o golpe depois de não encontrar fraude nas urnas
Segundo Mauro Cid, Bolsonaro tinha como 'plano B' à ausência de fraude na eleição a tentativa de convencer os militares a darem um golpe
A delação do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), revela que o ex-mandatário insuflou seus apoiadores a criarem um “caos”, visando estimular uma intervenção das Forças Armadas para justificar um golpe de Estado, após não encontrar evidências de que as eleições de 2022 teriam sido fraudadas. O sigilo da delação premiada de Mauro Cid foi derrubado nesta quarta-feira (19) por uma decisão do ministro do STF Alexandre de Moraes.
Segundo a GloboNews, em sua delação à Polícia Federal, Cid destacou que “Bolsonaro não queria que o pessoal saísse das ruas por ter certeza que encontraria uma fraude nas urnas eletrônicas e, por isso, precisava de um clamor popular para reverter a narrativa”.
Ainda segundo Mauro Cid, o ex-mandatário “estava trabalhando com duas hipóteses: a primeira seria encontrar uma fraude nas eleições, e a outra, por meio do grupo radical, encontrar uma forma de convencer as Forças Armadas a aderirem ao golpe de Estado”.
Portanto, de acordo com o relato de Cid, Bolsonaro queria, primeiro, encontrar uma suposta fraude, por isso se reuniu com Walter Delgatti, o ‘hacker’, e, depois, convenceu o PL a entrar com uma ação na Justiça pedindo a anulação de votos de algumas urnas. Não dando certo a busca por fraude, Bolsonaro queria que um grupo radical criasse uma situação de caos no país para encontrar uma forma de convencer as Forças Armadas a aderirem a um golpe.
Com Brasil 247