“Bolsonarismo mata”, diz Gleisi, após mulher de 77 anos tentar depositar coroa de flores em frente à casa de Lula
Maria Cristina de Lurdes Rocha causou tumulto em frente à casa do presidente
Uma bolsonarista de 77 anos, identificada como Maria Cristina de Lurdes Rocha, gerou tensão e tumulto nesta quarta-feira (18) em frente à residência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em São Paulo. A mulher estacionou o carro diante do imóvel e tentou deixar uma coroa de flores, objeto geralmente associado a funerais, na calçada. A intenção aparente seria provocar o presidente, poucos dias após sua alta hospitalar, quando Lula ainda se recuperava de uma hemorragia cerebral decorrente de um acidente doméstico.
A repercussão do ato, que mobilizou a equipe de segurança presidencial e levantou suspeitas de possível ameaça, foi imediata. A coroa de flores foi removida, e o veículo da bolsonarista passou por uma varredura à procura de explosivos. A ação, que não encontrou artefatos, ocorreu em um contexto de crescente preocupação com a escalada de provocações e violência política. O presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann, expressou indignação por meio de suas redes sociais: “Ninguém aguenta mais os bolsonaristas. Depois do terrorista que se explodiu no STF, agora foi a vez de uma mulher ir até a casa do presidente Lula e deixar uma coroa de flores, daquelas de enterro, desejando sua morte. Não satisfeita, ela ainda chamou um policial de macaco, e acabou sendo levada para a superintendência da PF. Loucura é pouco para definir isso. O bolsonarismo mata!”
Ao ser abordada por agentes da segurança presidencial, Maria Cristina questionou se seria presa e, ao ser contida, dirigiu-se a um dos agentes com a expressão racista “macaco”. Imediatamente, a Polícia Federal foi acionada para conduzi-la à superintendência, onde deverá responder pelo crime de injúria racial. O episódio reforça o alerta sobre a circulação de discursos de ódio e racismo, bem como a ameaça direta à integridade física de figuras públicas.
Além das ofensas, a mulher aproveitou a ocasião para ironizar e tentar provocar o ambiente político, afirmando: “A única movimentação da direita fui eu que fiz.” Ela ainda acusou o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de perseguição a suas “amigas” supostamente envolvidas em tentativas de golpe.
A escalada de episódios envolvendo apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, inclusive atentados, ofensas racistas e incitação à violência, acende um sinal de alerta nas autoridades sobre a necessidade de endurecimento no combate a crimes de ódio e ameaças contra agentes públicos e as instituições democráticas do país.
Com Brasil