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Black Friday: hackers aplicaram golpes em 45 mil pessoas; veja como se proteger

Foto: Reprodução

A temporada de descontos com a Black Friday traz um desafio extra aos consumidores: as tentativas de golpe no mundo virtual se intensificam neste período. Uma pesquisa realizada pela PSafe, desenvolvedora dos aplicativos dfndr, detectou 1600 golpes e perfis falsos com temática de Black Friday somente no mês de novembro no Brasil. Grandes marcas de varejo, como Americanas, Walmart e Magazine Luiza, são as mais utilizadas de forma indevida por cibercriminosos para atrair vítimas. Até o momento, mais de 45 mil pessoas receberam, acessaram ou compartilharam os ataques.

Só no comércio eletrônico, a data promete movimentar R$ 3,45 bilhões, 18% a mais do que no ano passado, segundo projeção da ABComm, associação que representa o setor.

Principais riscos para os usuários

Os golpes disseminados durante o período da Black Friday têm como objetivo principal roubar dados bancários e credenciais dos usuários, como senhas, números da conta e dados de cartão de crédito. Segundo Emilio Simoni, diretor do dfndr lab, as consequências para as vítimas são diversas e qualquer descuido pode significar em perdas e dor de cabeça para o consumidor.

— Além de receber o dinheiro das vítimas em suas contas, os hackers também buscam roubar dados financeiros e pessoais dos usuários no momento da compra. A clonagem de cartão de crédito, por exemplo, é um dos crimes mais comuns do mundo digital. Por fim, os criminosos obtêm lucro financeiro e, ainda, há a possibilidade do roubo de identidade, onde eles se passam pela vítima para disseminar outros golpes entre seus contatos ou solicitar empréstimos em seu nome — ressalta Simoni.

O médico Paulo Brando, de 68 anos, teve seu perfil de usuário do Mercado Livre invadido por hackers. Os estelionatários anunciaram em seu nome um microondas no valor de R$ 260. Segundo ele, venderam 172 produtos e passaram a ligar para o número de sua casa, em Sabará, Região Metropolitana de Belo Horizonte. Os compradores cobravam a entrega do produto ou a devolução do dinheiro.

— Invadiram minha conta. Venderam 172 microondas. Depois, as pessoas que fizeram a compra começaram a ligar para minha casa, me ameaçando, cobrando o microondas. Fiz uma reclamação no site com a ajuda da minha filha e procurei a polícia para fazer um boletim de ocorrência. A gente fica muito vulnerável — conta Paulo.

Ao ser informado sobre o caso, o Mercado Livre efetuou o bloqueio da conta do usuário. De acordo com a plataforma, que possui mais de 300 milhões de usuários cadastrados na América Latina, o médico recebeu dois e-mails com alertas sobre acessos a sua conta através de dispositivos não cadastrados. Segundo Fabiana Saenz, gerente da Área de Prevenção e Segurança do Mercado Livre na América Latina, depois de constatada a suspeita de fraude os valores pagos pelos usuários que compraram o produto foram devolvidos:

– Somos muito cuidadosos em relação aos dados dos nossos usuários. Quando identificamos um acesso de um dispositivo não usual, a pessoa recebe um aviso e pode recusar o acesso como medida de segurança. Além disso, temos uma política de privacidade e dicas de segurança para evitar estes casos – ressaltou Fabiana.

Bruno Prado, fundador da UPX Technologies, alerta que há cerca de 40 grupos no Whatsapp que negociam dados pessoais de usuários de sites de compras que possuem bom histórico de pagamentos:

— São grupos que vendem as credenciais de e-commerce de pessoas que têm bom histórico de compras. Além disso, durante a Black Friday, as pessoas acabam recebendo e compartilhando links ou sites falsos que simulam as páginas de redes oficiais — explica Prado.

Como ocorrem os golpes de Black Friday

Para dar veracidade aos golpes, os cibercriminosos criam páginas falsas quase idênticas aos portais oficiais das lojas populares.

Depois, diversas ofertas, geralmente abaixo do valor de mercado são divulgadas e até patrocinadas nas redes sociais, como no Facebook e Instagram.

Os usuários, imaginando se tratar de uma promoção verdadeira, se cadastram e realizam pagamentos via depósito, cartão de crédito ou boletos, que caem diretamente na conta do criminoso. Por fim, as vítimas nunca recebem o suposto produto ou serviço comprado.

Confira como se proteger

1 – Compre apenas em sites confiáveis. Verifique se loja virtual possui CNPJ, endereço e telefone de contato, para ter a certeza que não se trata de uma empresa de fachada.

2 – Fique atento aos preços e prazos de entrega. Sempre desconfie de promoções e ofertas que tenham preços ou prazos de entrega muito abaixo da média.

3 – Tenha um recurso de segurança instalado no celular. Utilize soluções de segurança que disponibilizam, de preferência, a função de detecção automática de phishing em aplicativos de mensagem e redes sociais.

Veja os problemas mais comuns:

Sites falsos

Publicidade falsa dentro dos sites

Preços diferentes no carrinho

E-mail falso

Frete mais caro que o produto

Como criar senhas fortes

1 – Dê preferência para senhas longas de, no mínimo, 8 caracteres;

2 – Misture letras minúsculas e maiúsculas, número e símbolos;

3 – Evite senhas de fácil dedução, como data de aniversário, telefone ou nome de parentes;

4 – Utilize uma senha diferente para cada conta ou serviço online, como e-mail e redes sociais;

5 – Realize a troca de suas senhas a cada três ou quatro meses e jamais informe seu código para terceiros.

Extra Online

Sérgio Ricardo

Sérgio Ricardo é fotojornalista, fundador e desenvolvedor do Portal DiárioPB, Rádio DiarioPB, A Nata do Rock, editor, programador e diretor da DSCOM Comunicação.

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