Bancários rejeitam proposta de 7% e podem entrar em greve a partir do dia 30; assembleia é hoje
A proposta de 7% de reajuste feita pelos bancos foi rechaçada totalmente pelo comando nacional e os bancários da Paraíba realizam nesta quinta (25) uma assembleia para avaliar esta proposta e deliberar a greve geral.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Bancários da Paraíba, Marcos Henriques, a possibilidade de greve é muito grande e a proposta já é que a paralisação por tempo indeterminado, em todo o país, seja deflagrada a partir da 00h do dia 30.
Henriques comentou que a proposta feita pelos bancos ‘não contempla os pontos mais importantes para que fosse evitada essa greve’. Ele citou, as condições de trabalho, contração de funcionários, isonomia entre novos e antigos, índice de reposição salarial satisfatório, participação nos grupos de resultado, segurança ‘que é um ponto muito importante que a gente espera nessa campanha salarial’. “As propostas que foram apresentada nem de longe contemplam a categoria bancária e nos empurra para mais uma greve”, diz.
Apesar de a greve já ter data marcada, o pagamento dos servidores públicos, federais, estaduais e municipais não deve ser comprometido, Henriques explicou que durante todo o período que os bancários fazem greve, nunca se deixou de pagar os servidores e revelou que o governo estadual vai antecipar o pagamento para a partir deste sábado. “Quem quiser sacar no automático, já pode fazer no sábado, ou esperar para a segunda e receber na ‘boca do caixa”, conta. Sobre o município, Henriques afirmou que ainda não recebeu confirmação, mas que possivelmente também deve estar disponível a partir de sábado.
A assembleia para definir se haverá a greve começa às 19h para apreciar a proposta e ‘caso seja rejeitada, a deflagração da greve geral por tempo indeterminado’.
O presidente criticou os banqueiros afirmando que ‘é frustrante’ ver que eles ganham tanto nesse país. “Mais de R$ 100 bilhões por ano e quando é para discutir um reajuste salarial digno… você vê hoje o piso da categoria vai de R$ 1.600 a R$ 2 mil é muito baixo, precisa valorizar. Ainda por cima tem cobrança por metas, assédio moral, então esperamos que com essa greve a gente possa mudar essa realidade e ter uma mudança substancial no Plano de Cargos, Carreira e Remuneração para que seja evitada uma greve”, conta.
Henriques ainda aproveitou para criticar a questão das filas dos bancos que não existem funcionários suficientes. “Os bancos cresceram 480% e o índice de funcionários só 14%. Não pode submeter o cliente a passar duas ou três horas em fila de banco”, reclama. Ele citou ainda a lei que dava ônus a quem passasse muito tempo no banco e ‘em vez de corrigir isso, contratar mais funcionários, o que ele fez? Cassou a liminar em detrimento do bom atendimento’.
“Eles caminham contra o bom senso. Esperamos que isso seja corrigido, mas acredito que só vai acontecer isso quando tiver reforma do sistema financeiro, ao contrário de dar ao Banco Central autonomia, isso seria pior, porque daria aos bancos privados uma total autonomia. Não é isso o que queremos, o sistema precisa ser discutido de maneira séria”, conclui.
Com Assessoria e portal Paraíba