Avalanche de novas denúncias marcam ano político em 2017
Ficou só na nossa imaginação? Ou será que a grandeza do Brasil ainda vai “resplandecer” um dia? Qual foi mesmo a imagem do nosso gigante, em 2017?
Tão perto e tão longe: o centro do poder e o impacto no destino dos brasileiros. Ficamos de olho em todas as decisões de Brasília e o que vimos?
Um espetáculo de distorções. Era o fantasma da corrupção assombrando o país – sem parar.
O ano já começou com um susto daqueles. O ministro Teori Zavacski foi um dos mortos na queda do bimotor com quatro pessoas. A morte do juiz e o suspense no ar: seria o fim da Operação Lava Jato?
Que nada, foi o recomeço da avalanche de escândalos. Na lista de Janot, o elenco famoso e o inesgotável repertório de denúncias. Envolvendo nomes dos maiores partidos como: PT, PMDB e PSDB.
Coleção de caixa dois no script das delações. Pai e filho: Emilio Odebrecht e Marcelo descrevem o lamaçal em que estão mergulhados com políticos.
O presidente foi gravado no subsolo do Palácio do Jaburu por Joesley Batista, um dos empresários mais ricos do país.
A Procuradoria diz que na gravação ele dava anuência para que o silêncio de Cunha fosse comprado.
Joesley Batista: “Eu tô de bem com o Eduardo”.
Michel Temer: “Tem que manter isso, viu?”.
O presidente repudiou as acusações: “Em nenhum momento autorizei que pagassem a quem quer que seja para ficar calado! Não comprei o silêncio de ninguém”.
E o deputado que Temer indicou como interlocutor a Joesley foi gravado pela Polícia Federal carregando uma mala de dinheiro.
Reação na rua. Pedindo a renúncia do presidente. “Não renunciarei”, afirmou Temer.
De maio a setembro, o Brasil viu o presidente ser denunciado duas vezes pela Procuradoria. O doleiro Lúcio Funaro, apontado como operador financeiro do PMDB, contou mais detalhes de episódios, que foram usados para embasar a denúncia feita contra o presidente Michel Temer pelos crimes de obstrução à justiça e organização criminosa.
Mas a Câmara rejeitou os dois pedidos. Quantos arranjos nos bastidores: o Centrão, que reúne 12 partidos, foi decisivo. Verbas, cargos e outras demandas – vale tudo…
Novas tramas da cena política! E o enredo repleto de embaraços… O dono da JBS gravou também o senador e presidente do PSDB, Aécio Neves, pedindo R$ 2 milhões.
E a fortuna que saiu dos nossos cofres para engordar o frigorífico? “Propina disfarçada de doação política”, disse Joesley Batista.
Sem disfarces e com regalias. Os irmãos Batista driblaram o mercado. E a Justiça? Bem, os dois acabaram presos.
Já o líder tucano voltou para o Senado. “Irei me defender”, afirmou Aécio.
Hora de afinar o tom? A nova procuradora-geral, Raquel Dodge, no palco da posse. A força da harmonia. Mas, por quanto tempo?
O presidente ensaia novos ajustes. O ministério, às voltas com o coro de queixas. Luislinda Valois queria receber um total de R$ 61,4 mil.
E a ciranda de suspeitas? A Polícia Federal fez a maior apreensão de dinheiro vivo da história! Tesouro descoberto, em Salvador: R$ 51 milhões. O ex-ministro do governo Temer, Geddel Vieira Lima, mantinha o esconderijo.
Lava Jato: nova temporada de faxina. E o velho acerto de contas?
Juiz Sérgio Moro: “O senhor ex-presidente vai ser tratado com o máximo respeito…Como qualquer acusado e igualmente pela condição do cargo que o senhor ocupou no passado”.
Frente a frente, o Juiz Moro e o ex-presidente Lula. Só este ano, dois interrogatórios. E a primeira sentença: 9 anos e meio de prisão para o ex-presidente Lula. O juiz Sérgio Moro declarou culpado de corrupção e lavagem de dinheiro por ocultar a propriedade do triplex em Guarujá.
Para se defender, o réu condenou a delação premiada. “Delatar virou, na verdade, quase que um alvará, um “alvaral” de soltura dessa gente”, disse Lula.
E gente de peso revelando segredos! Ao juiz, Léo Pinheiro disse que as reformas no triplex do Guarujá foram pedidas por Lula e Dona Marisa: “com o presidente e a ex-primeira-dama, no triplex”.
Soltando a voz para diminuir a pena. Uma fortuna sem precedentes que saiu do departamento de propina da Odebrecht|: mais de US$ 3 bilhões.
A delação premiada e a enxurrada de provas. O juiz Sérgio Moro colheu o depoimento de uma figura-chave no escândalo do petrolão. Duque acusou o ex-presidente Lula de controlar todo o esquema de desvio de dinheiro da Petrobras para o Partido dos Trabalhadores.
Duque: Todos sabiam.
Moro: Todos quem?
Duque: Todos do partido, desde o presidente do partido, tesoureiro, secretário…
Até ele? Preso o ex-presidente da Petrobras. Investigadores e delatores afirmam que Bendine extorquiu uma propina de R$ 3 milhões da Odebrecht.
Na delação, Marcelo Odebrecht disse que Dilma assim como Lula conhecia o esquema.
Tudo confirmado pelos velhos aliados: João Santana e Mônica Moura. Mônica Moura contou como e por que foi criada uma forma de comunicação secreta com a então presidente sobre o andamento da Operação Lava-Jato. “Nós duas teríamos a senha desse e-mail”, disse Mônica.
Mais um companheiro no coral dos delatores? O ex-ministro Antonio Palocci prestou depoimento ao juiz Sérgio Moro: “Acredito que posso dar um caminho”. Ele bem que tentou fazer acordo, mas foi condenado: 12 anos de prisão.
Mesmo assim, resolveu falar: “O doutor Emilio Odebrecht fez uma espécie de pacto de sangue com o presidente Lula. Ele procurou o presidente Lula nos últimos dias do seu mandato e levou um pacote de propinas para o presidente Lula”.
Outro homem forte do PT já está em casa – cumprindo pena: o ex-ministro José Dirceu.
Um show de idas e vindas. Marcelo Odebrecht deixou a cadeia, em Curitiba, para cumprir a prisão domiciliar, em São Paulo.
E agora caem sobre os tucanos novas denúncias da Odebrecht: fraudes em licitações de obras viárias de São Paulo durante governos tucanos.
Os denunciados passaram um ano negando as acusações. A assessoria de imprensa da ex-presidente Dilma Rousseff chamou de mentirosas as afirmações.
“Tudo isso para mim aqui é uma … Uma surpresa”, disse Geddel.
“Nada é verdadeiro”, afirmou Lula.
“Acusações absurdas, falsas…”, declarou Aécio.
E o resumo da ópera! O presidente da República mais rejeitado de todos ganhou fôlego. Viramos o ano com o novo chefe da Polícia Federal. E, de novo, o suspense no ar: a Operação Lava Jato vai mesmo passar o Brasil a limpo?
G1