BRASIL

Áudios revelam que plano golpista de Bolsonaro tinha “cara infiltrado em tudo que é lugar”, diz Mauro Cid

Em gravações obtidas pela PF, tenente-coronel detalha tentativas de encontrar falhas nas urnas e confirma edição de decreto para golpe de Estado

Em áudios obtidos pela Polícia Federal (PF) e revelados pelo programa Fantástico, da TV Globo, o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), afirmou que o plano para dar um golpe de Estado contava com “cara infiltrado em tudo quanto é lugar”. No entanto, segundo ele, não foi encontrada nenhuma evidência que justificasse a abertura de uma investigação sobre fraudes nas urnas eletrônicas. Cid detalhou que especialistas em tecnologia foram mobilizados para tentar identificar supostas falhas no sistema eleitoral, mas nenhuma prova concreta foi obtida.

As declarações de Cid corroboram seu depoimento à Justiça, em novembro de 2024, no qual ele afirmou que, apesar da “busca incessante”, não foram encontradas provas de fraude nas urnas, destaca o Uol. Segundo ele, Bolsonaro não aceitou o resultado das eleições e pressionou o então ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, para alterar o relatório final do Ministério da Defesa, que não confirmou irregularidades. O relatório das Forças Armadas enviado ao TSE em 2022 afirmou que “não é possível afirmar” que o sistema eletrônico de votação está isento de falhas, mas as urnas são auditáveis e nunca tiveram fraudes comprovadas desde sua implementação em 1996.

Em outro trecho dos áudios, Cid revelou que Bolsonaro editou pessoalmente o rascunho de um decreto para instituir um golpe de Estado. A versão inicial do documento previa a prisão de ministros do STF e do presidente do Senado, mas Bolsonaro teria feito alterações, limitando as ações a uma nova eleição e à prisão do ministro Alexandre de Moraes. “Ele entende as consequências do que pode acontecer”, disse Cid, em conversa com o então comandante do Exército, general Freire Gomes.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) apontou a edição do decreto como uma das evidências da participação direta de Bolsonaro no plano golpista. A defesa do ex-presidente nega as acusações e classificou a denúncia como “precária” e “incoerente”. Os áudios reforçam as investigações sobre o suposto golpe e destacam o papel central de Bolsonaro e de seus aliados na tentativa de deslegitimar as eleições de 2022.

Redação DiárioPB

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