Ato na ABI tem multidão em defesa de Glenn, da imprensa e da democracia
O ato em defesa do jornalista Glenn Greenwald e da liberdade de imprensa, na sede da ABI, no centro do Rio, se transformou em um ato em defesa da democracia com uma multidão no auditório e na Rua Araújo Porto Alegre.
Muito aplaudido, Glenn Greenwald chegou às 19h15m, pouco depois do início do ato, quando o representante da OAB falava como primeiro orador. Políticos e artistas participaram do evento, iniciado pelo jornalista Cid Benjamin.
Chico Buarque foi um dos que integraram a mesa. Paulo Betti, Marcelo D2, Pedro Luiz, Fernanda Abreu, dentre outros, marcaram presença, ao lado da deputada Benedita da Silva, os deputados Marcelo Freixo, Jandira Feghali, Eliomar Coelho e outros parlamentares.
Uma vez lotado o auditório por 500 pessoas, outras centenas tiveram que assistir por telão no saguão do 9° andar, além de outras centenas gritando palavras de protesto na calçada diante da sede, na Rua Araújo Porto Alegre.
Os oradores tiveram três minutos cada um. Um problema de som impediu por alguns minutos que os participantes do saguão ouvissem os breves discursos. “Viva o Glenn” entoou o jornalista Paulo Jerônimo, após discursar.
Carol Proner, representando os Juristas pela Democracia, lembrou que agora existem Engenheiros pela Democracia e Jornalistas pela Democracia, dentre outras categorias.
Chico Buarque, com seu jeito simples e comedido, disse que não tinha se organizado para falar diante da enxurrada de acontecimentos. “Agora fica explícito pra quem quiser saber o quanto se armou para eleger esse governo”, observou Chico, acrescentando, com ironia, “por que tipo de diferença o então juiz Sérgio Moro fora eleito o homem do ano que faz a diferença”.
Em seguida, a jornalista Beth Costa discursou defendendo a regulação da mídia. Cid Benjamin lembrou que o ato não era só em defesa do jornalismo, mas em defesa da democracia.
Cid também manifestou solidariedade a Felipe Santa Cruz, presidente da OAB atacado por declaração de Bolsonaro sobre a morte de seu pai pela Ditadura.
Uma caravana de petroleiros da Bahia também compareceu. Um representante da Federação dos Petroleiros discursou dizendo que os petroleiros estão juntos com Glenn e que desde 2008 a Petrobras é espionada, sobretudo depois da descoberta do pré-sal. Foi ovacionado o representante dos petroleiros.
João Batista Damasceno, representantes dos Juízes Pela Democracia ocupou o microfone para ler manifesto de familiares de desaparecidos pela Ditadura.
Wagner Moura também estava presente e discursou: “Solidariedade não só com o Glenn, mas com todos que devem dignificar a profissão. Solidariedade com todo jornalista que bate no peito e diz “eu sou jornalista”. Solidariedade com indígenas. À memória dos assassinatos pela ditadura brasileira, aos negros das favelas. A ultima vez que estive aqui na ABI foi num ato de apoio a Jean Wyllys.” Ainda citou a família de Glenn Greenwald que é casado com um deputado federal do PSOL-RJ, David Miranda e tem dois filhos adotados, “família brasileira linda”, e concluiu dizendo: “Somos maioria!”