GERAL

Ato gigantesco em apoio a Evo Morales toma La Paz

Desde a eleição na Bolívia, no último dia 20, a direita golpista, derrotada nas urnas, vem realizando “coxinhatos” para tentar desestabilizar o país e derrubar o governo de Evo Morales.

O presidente Evo Morales conseguiu a reeleição, mas o direitista derrotado Carlos Mesa não reconheceu o resultado, acusando o governo de fraude apegando-se a uma interrupção na contagem como pretexto. Desde então, a direita golpista mobiliza seus “coxinhas” pelo país, especialmente em Santa Cruz, enquanto Evo Morales conclama seus apoiadores a se manifestarem a seu favor. Em El Alto e La Paz, duas maiores cidades do país, o apoio ao governo é massivo.]

Ultimato

Sábado a direita golpista boliviana deu um ultimato a Evo Morales. O líder do Comitê Cívico de Santa Cruz, Luis Fernando Camacho, durante um coxinhato no sábado (2), deu 48 horas para Evo Morales renunciar. O prazo se esgotou na segunda-feira (4).

Camacho ameaçou o país com um golpe militar, dizendo que, caso Evo Morales não renunciasse, tomaria medidas para que Evo Morales saia do governo. Em seguida, leu uma carta dirigida aos chefes das Forças Armadas, ou seja, pedindo um golpe militar em favor da direita para derrubar o governo.

Fracasso da direita

Durante a terça-feira (5), Camacho partiu para sua aventura golpista em La Paz, com as “medidas” que prometeu para tirar Evo do poder. Camacho leu uma carta de renúncia de Evo Morales, e partiu de Santa Cruz de avião para entregar o documento a Evo Morales, que supostamente deveria assiná-lo. Obviamente, o presidente não entregará o poder dessa maneira, e seu governo está denunciando que a direita está levando adiante um golpe de Estado.

A manobra da direita, no entanto, foi frustrada. Camacho não conseguiu sair do aeroporto de El Alto, de onde pretendia chegar a La Paz para entregar a renúncia a Evo Morales. A população cercou o aeroporto, e Camacho chegou a dizer para a imprensa que temia por sua vida, recuando completamente diante da mobilização popular. No final da jornada, Camacho acabou voltando para Santa Cruz de El Alto, dizendo-se enganado pelas autoridades.

Sabotagem econômica

A carta de renúncia, porém, não é a única arma da direita contra Evo Morales. Há medidas mais sérias para tentar derrubar o governo. A direita golpista anunciou que fechará fronteiras e ocupará prédios públicos para, deliberadamente, sabotar a economia do país e enfraquecer o governo. É uma espécie de política de sanção econômica feita a partir de dentro do próprio país, pelos agentes do imperialismo dentro da Bolívia. Uma política criminosa, que afeta a população para atingir um governo.

A situação na Bolívia expressa o confronto que está colocado em todo o continente. A direita golpista e o imperialismo não estão dispostos a ceder nenhum terreno. Onde governa, procura esmagar as revoltas populares contra a política neoliberal da direita. Onde não governa, procura dar golpes de Estado, concluindo a onda golpista que começou por Honduras em 2009, e depois chegou ao Brasil, passando por países como Paraguai e Equador, em uma manobra continental que visava apertar o controle do imperialismo sobre a América Latina.

Ato gigantesco apoia Evo Morales

Por outro lado, a população da Bolívia está reagindo ao golpe, o que marca uma continuidade das revoltas que explodiram contra a direita no Equador e no Chile. Na terça-feira (5), milhares de pessoas tomaram as ruas da capital, La Paz, para expressar seu apoio ao governo, contra a direita golpista. Evo Morales discursou diante de uma multidão no centro da cidade, em um ato que incluía representantes de diversas categorias de trabalhadores, entre eles os mineiros, que lideram uma vigília durante toda a semana de apoio ao governo.

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