BRASIL

Ato em memória de Marcelo Arruda pede pelo fim da violência política

Lideranças políticas, representantes religiosos, indígenas e familiares homenagearam o dirigente petista, pedindo por mais paz e menos violência no contexto político

O ato foi realizado na Praça da Paz, centro de Foz do Iguaçu, contou com as presenças da deputada federal Gleisi Hoffmann, o ex-senador do Paraná Roberto Requião, além de autoridades locais – (crédito: CHRISTIAN RIZZI/ESTADÃO CONTEÚDO)

Familiares e amigos de Marcelo Arruda, guarda municipal e tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT) assassinado por um bolsonarista no dia 9 de julho durante a própria festa de aniversário, realizaram neste domingo (17/7) um ato na Praça da Paz, em Foz do Iguaçu (PR). Lideranças políticas, representantes religiosos, indígenas e familiares homenagearam o dirigente petista, pedindo por mais paz e menos violência no contexto político.

Luiz Donizete, irmão de Marcelo, afirmou em discurso durante o ato que não tem dúvidas de que o homicídio do irmão foi “um ato político”. “Aquele camarada [Guaranho] chegou lá e só teve aquela reação maldita porque viu um movimento [político] diferente do dele. E qual é o problema de o Marcelo ter um movimento diferente de qualquer outra pessoa?”, questionou. Ele afirmou ainda que barrar a escalada de violência é importante para que outras famílias não sofram perdas. “A gente tem que ter um Brasil único, de brasileiros, que queiramos viver em paz.”

O advogado da família, Ian Vargas, explicou o andamento das investigações, após a Polícia Civil ter encerrado o inquérito na última sexta-feira (15/7), com o indiciamento de homicídio qualificado por motivo torpe. “A polícia se nega a dizer que foi situação de intolerância política, e tenta transformar o caso em situação de briga comum. Mas o Ministério Público tem autonomia para dizer que foi um caso de intolerância política”, declarou Vargas, que agora aguarda a denúncia do Ministério Público.

A presidente nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann, que esteve presente no ato, teceu críticas ao presidente Jair Bolsonaro (PL) em repúdio à violência política. “Não podemos deixar normalizar crimes e assassinatos como esse, sob pena de transformarmos um processo político, eleitoral, em um banho de sangue da população brasileira. O caso do Marcelo não é um caso isolado, não é uma briga de vizinho, que já seria trágica, mas não é”, disse. A deputada lembrou de outros assassinatos por motivação política, como os recentes de Bruno Pereira e Dom Phillips e de Marielle Franco.

O evento também contou com apresentação musical de povos originários, ato ecumênico e falas de organizações locais de segurança, como o Movimento de Policiais Antifascismo. Lideranças políticas locais e familiares lembraram da trajetória de Marcelo e disseram que darão continuidade à sua luta pela igualdade e liberdade de expressão. Ao final do ato, balões brancos com sementes de árvores foram soltos no céu de Foz do Iguaçu.

Correio Braziliense

Ouça nossa Rádio enquanto você navega no Portal de Notícias


  Podcast Dez Minutos no Confessionário

Redação DiárioPB

Portal de notícias da Paraíba, Brasil e o mundo

Artigos relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo