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Atlética de Medicina da Unisa tem hino misógino que menciona situação de estupro

A canção utiliza termos técnicos de medicina nos versos, que dão a entender que a situação se trata de um abuso

O caso dos estudantes da Universidade de Santo Amaro (Unisa) voltou a repercutir após vir à tona a letra do hino da atlética do curso de Medicina da instituição, que faz alusão ao abuso sexual. Na última semana, um vídeo de uma “masturbação coletiva” feita por um grupo de alunos durante um jogo de vôlei feminino da faculdade viralizou na internet.

Desde o último domingo (17), o ato criminoso, que configura como atentado ao pudor e importunação sexual, gerou diversas discussões sobre misoginia e machismo. Dentre elas, percebeu-se que o hino da atlética de Medicina da universidade possui versos questionáveis.

“Xá! Vasca!

Xá! Vasca!

Xavasqui! Xavascá! Xavasqui e acolá!

Enfia o dedo nela que ela vai arreganhar!

O quê? Arre-ga-nhar!

Na rima do pudendo [termo médico que designa a fissura formada pelos grandes lábios da vagina]

Eu entrei mordendo!

É a Med Santo Amaro que está te fodendo!

Medicina! Santo Amaro! Ôoo!”, diz a canção. 

Além de tratar o corpo da mulher como objeto sexual e utilizar de termos médicos para promover essa sexualização, algo que vai contra a ética da medicina, o hino ainda menciona uma relação sexual não consensual.

A cultura machista nas universidades, principalmente em cursos elitizados, como é o caso da medicina, não é nenhuma novidade. Em 2016, um grupo de mulheres, chamado “Coletivo Feminista Geni”, se impôs contra relatos de violências e abusos sexuais na Universidade de São Paulo (USP).

Uma das festas universitárias organizada pela atlética de Medicina da instituição, chamada “Associação Atlética Acadêmica Oswaldo Cruz (AAAOC)”, era um local que fora cena de diversos dos casos relatados pelas mulheres ao Ministério Público de São Paulo e o coletivo pressionou a organização, através de um boicote, como forma de denunciar os acontecidos.

A médica psiquiátrica Elisa Brietzke se pronunciou em seu Twitter para reforçar que a conduta misógina também a afetou durante a graduação e que essas atitudes perduram nas instituições

Ela ainda relata que evitou participar dos trotes universitários e de parte das atividades de integração estudantil, após observar situações questionáveis de constrangimento as quais as mulheres eram submetidas.

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Redação DiárioPB

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