O Ativismo midiático é forma de expressão democrática que cada cidadão dispões nas redes sociais.
Na memória de muitas pessoas ainda há resíduos das linguagens que uniram às manifestações de rua que lançaram as forças das mídias sociais contra o epicentro do poder político na Primavera Árabe (18 de dezembro 2010) e se irradiou pelo mundo na primeira década deste século.
A luta iniciada contra os regimes neoliberais, potencializada pelo uso de mídias móveis (celular etc.), exigia que os governos se aproximassem mais do social deixando de ser apenas sociedade no sentindo formal.
Depois de séculos, o poder informacional das mídias tradicionais – até de meios mais como a TV – foi questionado por cidadãos que podiam – munidos de um celular – testemunhar os fatos sociais produzidos pelas ruas em diversas cidades do mundo: as técnicas jornalísticas e as tecnologias televisuais se rendiam à força do Ativismo midiático.
O sujeito emissor, dono da função emotiva da linguagem, perdia o controle, pois surgia um novo sujeito cujo domínio das tecnologias registrava a força da linguagem fática da linguagem, aquela que verifica a força dos meios de comunicação.
Contrariando o pensador canadense, Marshall McLuhan (21 de julho de 1911 -31 de dezembro de 1980), o meio não se tornou apenas a mensagem, mas um dispositivo de fortalecimento das massas com poderes devastadores no campo político.
O Ativismo midiático se fortificou!
As grandes redes de comunicação tiveram que reconhecer a força do Ativismo midiático, incorporando e incentivando a figura do ‘repórter-cidadão’ em seus telejornais – buscando atrair a mobilidade das novas mídias para sua pauta jornalística.
Mas o problema é que o Ativismo midiático também demonstrou ser capaz de revelar várias faces do uso da comunica de massa, fazendo surgir o Totalitarismo midiático.
As fronteiras entre o Ativismo midiático e o Totalitarismo midiático são tênues e frágeis – difíceis de serem diferenciadas ideologicamente, o que se torna um desafio para os pesquisadores em mídias digitais.
De sua margem ideológica, cada ativista midiático vai negar que sua mensagem é totalitária, mesmo quem – como a blogueira apoiadora do presidente Bolsonaro, Sara Winter, tenha praticado atos de violência contra o Estado de Direto.
Mas esta diferença pode ser, para efeito didático, em três procedimentos: 1) semiótico; 2) político; 3) constitucional.
Do ponto de vista semiótico, o Ativismo midiático se difere do Terrorismo midiático quando o discurso utilizado na comunicação virtual ou não (lembrar a força do podcas) é comum a todos os cidadãos e não tem como princípio a função conativa da linguagem, aquela que deseja seduzir, persuadir o receptor para exercer formas linguageiras que apagam as marcas da alteridade.
Como elemento político, o Ativismo midiático deve promover o direito à Polis -a política como a arte de governar o espaço público – zelando por sua manutenção – como nos ensina Aristóteles sobre a Arte Política. Mas não deve ser elemento propagandístico de um partido político, coisa que o Totalitarismo midiático contemporâneo herdou do Nazismo.
O terceiro aspecto, o constitucional – diz respeito não só às obediências ao Estado, mas a garantia de liberdade às diferenças de opinião. Isto pode parecer simples e utópico, mas quando o Totalitarismo midiático atua procura negar as conquistas históricas que garantiram a sobrevivência das minorias sociais no mundo dos Direitos Humanos
Precisamos ficar atentos às nuances entre o que podemos aceitar como Ativismo midiático e o que devemos refutar sendo Totalitarismo midiático.