Ataque de Bolsonaro à Noruega por morte de baleias é fake news, aponta mídia alemã
Jair Bolsonaro fez o Brasil passar por mais um constrangimento internacional ao usar suas redes sociais para postar fake news contra a Noruega, país que, ao lado da Alemanha, cortou repasses ao Fundo Amazônia pelo estímulo dele ao desmatamento. De acordo com o vídeo publicado no Twitter de Bolsonaro, a Noruega teria patrocinado a matança de baleias, mas, na verdade, as imagens são das Ilhas de Faroe, na Dinamarca. Em breve, os produtores brasileiros serão alvo de sanções econômicas em razão da truculência obscurantista de Bolsonaro.
A Noruega anunciou o bloqueio de cerca de R$ 133 milhões destinados ao Fundo da Amazônia por causa do desmatamento no Brasil. O país é o maior financiador do fundo de proteção da Amazônia tendo doado cerca de R$ 3,69 bilhões para utilização em projetos de conservação ambiental em dez anos.
A ausência de veracidade da peça foi atestada em reportagem do site alemão DW, em sua versão em portugugês. “O vídeo analisado pela Agência Lupa, feito por agências internacionais, foi gravado nas llhas Faroé, arquipélago no Atlântico Norte dependente da Dinamarca, onde anualmente é realizado um festival de caça às baleias chamado Grindadráp, promovido pela comunidade local”, destaca a reportagem.
“Vídeos semelhantes ao compartilhado pelo presidente podem ser encontrados no Youtube, mas alguns também erram ao dizer que as Ilhas Faroé estão localizadas na Noruega”.
Dois dos principais veículos de comunicação da Alemanha, a Der Spiegel e o jornal Die Zeit, já cobram sanções contra o Brasil por causa do desmatamento. “A Europa não deve ficar de braços cruzados enquanto um preconceituoso cético da ciência, movido pelo ódio, sacrifica vastas áreas de floresta para pecuaristas e plantações de soja”, diz a revista (veja mais aqui).
– Em torno de 40% do Fundo Amazônico vai para as… ONGs, refúgio de muitos ambientalistas. Veja a matança das baleias patrocinada pela Noruega. pic.twitter.com/46hpQnHSJA
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) 19 de agosto de 2019
Brasil 247