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Arquivos secretos sobre a morte de Kennedy revelam que Brizola foi um dos políticos mais espionados do País

Documentos da CIA revelam vigilância intensa sobre o ex-governador, confirmando sua posição como um dos principais defensores da soberania nacional

A recente liberação de documentos secretos da CIA pelo governo de Donald Trump, nos Estados Unidos, revela que Leonel Brizola foi um dos políticos brasileiros mais monitorados pela agência de inteligência americana durante a Guerra Fria. Os arquivos, divulgados nesta terça-feira (18), fazem parte do lote de documentos relacionados aos assassinatos de John F. Kennedy, Robert F. Kennedy e Martin Luther King Jr., liberados por ordem do presidente Donald Trump.O material, publicado pela CNN, mostra que Brizola era considerado uma figura central na política brasileira, principalmente pelo seu papel na defesa do desenvolvimento nacional e da soberania do Brasil diante da influência externa. Um dos registros, datado de 1961, aponta que os líderes Fidel Castro, de Cuba, e Mao Tsé-Tung, da China, ofereceram suporte e material para Brizola durante a crise política que se seguiu à renúncia de Jânio Quadros.

Naquele momento, o então governador do Rio Grande do Sul atuava fortemente para garantir a posse do vice-presidente João Goulart, barrada por setores militares e conservadores que temiam as reformas sociais e econômicas propostas pelo governo. Brizola recusou qualquer interferência estrangeira, mas o simples fato de receber tais ofertas o colocou na mira da CIA, que passou a monitorá-lo de maneira ainda mais agressiva.

Brizola e a luta contra o entreguismo

Os documentos revelam que a CIA via Brizola como uma ameaça aos interesses dos Estados Unidos na América Latina, já que ele defendia um modelo econômico baseado na industrialização nacional e na independência do Brasil frente ao capital estrangeiro. Em um dos trechos do relatório da agência americana, um oficial escreveu:

“Brizola obviamente estava com medo de que, se as ofertas fossem aceitas, os Estados Unidos pudessem intervir.”

A espionagem sobre Brizola faz parte de um contexto mais amplo da Guerra Fria, em que os Estados Unidos interferiram diretamente na política de diversos países latino-americanos para impedir o avanço de governos nacionalistas e progressistas. A forte vigilância sobre ele indica o peso de suas ideias e sua influência na luta por um Brasil mais justo e soberano.

Um legado inabalável

Leonel Brizola deixou um dos legados políticos mais importantes do Brasil. Prefeito de Porto Alegre, deputado estadual e federal, foi governador do Rio Grande do Sul e do Rio de Janeiro em dois períodos distintos. Fundou o PDT e sempre esteve na linha de frente da defesa das camadas populares, da educação pública e das reformas estruturais que poderiam colocar o Brasil no caminho do desenvolvimento independente.

Foi candidato à Presidência da República em 1989 e 1994, e concorreu como vice de Luiz Inácio Lula da Silva em 1998. Sua luta pela legalidade, sua resistência à ditadura militar e sua defesa intransigente da soberania nacional fizeram dele um alvo prioritário dos interesses imperialistas.

Os documentos da CIA apenas reforçam o que já se sabia: Brizola foi um líder que jamais cedeu a pressões externas e sempre colocou o Brasil acima de qualquer interesse estrangeiro. Seu nome segue como símbolo da luta por um país mais forte, autônomo e justo.

Quem foi Leonel Brizola?

Leonel de Moura Brizola (1922-2004) foi um dos maiores líderes políticos do Brasil no século XX. Defensor da educação pública, foi responsável pela construção de milhares de escolas quando governou o Rio Grande do Sul e o Rio de Janeiro. Como principal articulador da Cadeia da Legalidade, garantiu a posse do vice-presidente João Goulart em 1961, resistindo às ameaças golpistas.

Perseguido pela ditadura militar instaurada em 1964, teve seus direitos políticos cassados e viveu no exílio por 15 anos. Retornou ao Brasil com a anistia e fundou o Partido Democrático Trabalhista (PDT), dando continuidade à sua luta pela soberania nacional, pela valorização dos trabalhadores e pela reforma educacional. Até sua morte, em 2004, Brizola seguiu sendo uma referência na política brasileira, sempre combatendo o entreguismo e defendendo um Brasil para os brasileiros. Reveja entrevista histórica de Leonel Brizola ao jornalista Florestan Fernandes Júnior:

A recente liberação de documentos secretos da CIA pelo governo de Donald Trump, nos Estados Unidos, revela que Leonel Brizola foi um dos políticos brasileiros mais monitorados pela agência de inteligência americana durante a Guerra Fria. Os arquivos, divulgados nesta terça-feira (18), fazem parte do lote de documentos relacionados aos assassinatos de John F. Kennedy, Robert F. Kennedy e Martin Luther King Jr., liberados por ordem do presidente Donald Trump.O material, publicado pela CNN, mostra que Brizola era considerado uma figura central na política brasileira, principalmente pelo seu papel na defesa do desenvolvimento nacional e da soberania do Brasil diante da influência externa. Um dos registros, datado de 1961, aponta que os líderes Fidel Castro, de Cuba, e Mao Tsé-Tung, da China, ofereceram suporte e material para Brizola durante a crise política que se seguiu à renúncia de Jânio Quadros.

Naquele momento, o então governador do Rio Grande do Sul atuava fortemente para garantir a posse do vice-presidente João Goulart, barrada por setores militares e conservadores que temiam as reformas sociais e econômicas propostas pelo governo. Brizola recusou qualquer interferência estrangeira, mas o simples fato de receber tais ofertas o colocou na mira da CIA, que passou a monitorá-lo de maneira ainda mais agressiva.

Brizola e a luta contra o entreguismo

Os documentos revelam que a CIA via Brizola como uma ameaça aos interesses dos Estados Unidos na América Latina, já que ele defendia um modelo econômico baseado na industrialização nacional e na independência do Brasil frente ao capital estrangeiro. Em um dos trechos do relatório da agência americana, um oficial escreveu:

“Brizola obviamente estava com medo de que, se as ofertas fossem aceitas, os Estados Unidos pudessem intervir.”

A espionagem sobre Brizola faz parte de um contexto mais amplo da Guerra Fria, em que os Estados Unidos interferiram diretamente na política de diversos países latino-americanos para impedir o avanço de governos nacionalistas e progressistas. A forte vigilância sobre ele indica o peso de suas ideias e sua influência na luta por um Brasil mais justo e soberano.

Um legado inabalável

Leonel Brizola deixou um dos legados políticos mais importantes do Brasil. Prefeito de Porto Alegre, deputado estadual e federal, foi governador do Rio Grande do Sul e do Rio de Janeiro em dois períodos distintos. Fundou o PDT e sempre esteve na linha de frente da defesa das camadas populares, da educação pública e das reformas estruturais que poderiam colocar o Brasil no caminho do desenvolvimento independente.

Foi candidato à Presidência da República em 1989 e 1994, e concorreu como vice de Luiz Inácio Lula da Silva em 1998. Sua luta pela legalidade, sua resistência à ditadura militar e sua defesa intransigente da soberania nacional fizeram dele um alvo prioritário dos interesses imperialistas.

Os documentos da CIA apenas reforçam o que já se sabia: Brizola foi um líder que jamais cedeu a pressões externas e sempre colocou o Brasil acima de qualquer interesse estrangeiro. Seu nome segue como símbolo da luta por um país mais forte, autônomo e justo.

Quem foi Leonel Brizola?

Leonel de Moura Brizola (1922-2004) foi um dos maiores líderes políticos do Brasil no século XX. Defensor da educação pública, foi responsável pela construção de milhares de escolas quando governou o Rio Grande do Sul e o Rio de Janeiro. Como principal articulador da Cadeia da Legalidade, garantiu a posse do vice-presidente João Goulart em 1961, resistindo às ameaças golpistas.

Perseguido pela ditadura militar instaurada em 1964, teve seus direitos políticos cassados e viveu no exílio por 15 anos. Retornou ao Brasil com a anistia e fundou o Partido Democrático Trabalhista (PDT), dando continuidade à sua luta pela soberania nacional, pela valorização dos trabalhadores e pela reforma educacional. Até sua morte, em 2004, Brizola seguiu sendo uma referência na política brasileira, sempre combatendo o entreguismo e defendendo um Brasil para os brasileiros. Reveja entrevista histórica de Leonel Brizola ao jornalista Florestan Fernandes Júnior:

Com Brasil 247

Redação DiárioPB

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