Arquidiocese da PB é condenada ao pagamento de R$ 12 milhões por casos de assédio sexual
A Arquidiocese da Paraíba foi condenada pela Justiça do Trabalho ao pagamento de indenização no valor de R$ 12 milhões. O motivo? Casos de exploração sexual contra menores de idade, que foram supostamente praticados por padres e o arcebispo emérito do Estado, Dom Aldo di Cillo Pagotto. O programa Fantástico, da Rede Globo, veiculou matéria sobre o escândalo em rede nacional, na noite deste domingo (20).
Na matéria, o Fantástico ouviu uma testemunha, um ex-seminarista, que foi vítima e presenciou vários outros casos de assédio dentro da Igreja Católica na Paraíba. Segundo ele, os atos aconteciam “através de palavras, de atos, pegava nas minhas partes sexuais”.
O jovem afirma que teve que ceder as pressões internas na Igreja para conseguir se tornar padre. Ele confirmou que havia relações sexuais entre sacerdotes e seminaristas e que se envolveu com três padres: Jaelson Alves de Andrade, Ednaldo Araújo dos Santos e Severino Melo.
“[Era] meio que uma troca de favores. Às vezes uma conversa, um abraço no pé do ouvido, né? ‘Você tá muito cheiroso, você tá muito lindo, muito gostoso, né? Você deve malhar muito, não sei como você faz isso, mas você tem um peitoral muito gostoso, né?’”, disse repetindo o diálogo com os padres católicos.
Caso é gravíssimo
O processo começou a tramitar na Justiça do Trabalho após a denúncia estourar na imprensa, em 2014. Na época uma carta, que deveria circular apenas internamente na Arquidiocese da Paraíba, acabou vazando. O documento narrava “coisas erradas” nos bastidores da Igreja Católica no Estado. A autoria foi atribuída a uma jovem, que teria contado os fatos a um padre de sua confiança.
Após o caso virar notícia, o Ministério Público do Trabalho iniciou a investigação. O caso é considerado gravíssimo. O processo segue em segredo de justiça. O crime foi definido como exploração sexual.
“Segundo o apurado, havia inserido dentro da sistemática católica um grupo de sacerdotes de forma habitual que pagavam por sexo a flanelinhas, a coroinhas e também a seminaristas”, comentou o procurador do Trabalho, Eduardo Varandas, que complementou: “o pagamento às vítimas podia ser feito em dinheiro ou até em comida”.
Com informações dos Fantástico e WScom