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Apoiadores de Maduro ganham eleição para governador na maioria dos estados venezuelanos

Nicolás MaduroO Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela indicou, após apuração de 95,8% dos votos, que o Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), ligado ao governo de Nicolás Maduro, venceu eleições para governadores em 17 estados. A coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) elegeu governadores em 5 estados.

No primeiro boletim foi divulgado na noite deste domingo (15) pela presidente do CNE, Tibisay Lucena, os resultados são considerados “irreversíveis” em 22 estados. Seguia indefinido apenas o resultado no estado de Bolívar. O índice de participação na votação foi de 61% dos eleitores.

O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, considerou “um triunfo total” as eleições para governador realizadas neste domingo. Ele afirmou ainda que os governadores eleitos devem ser subordinados à Constituinte, totalmente governista, já que a oposição não participou da votação para a mesma, por considerá-la fraudulenta.

Já a oposição venezuelana, agrupada na Mesa da Unidade Democrática (MUD), disse que não reconhece os resultados.

O resultado contraria as pesquisas de opinião que apontavam favoritismo da oposição, que tinha a possibilidade de vencer em até 18 estados em caso alta participação do eleitorado. O chavismo, que atualmente controla 20 governos estaduais, passaria a controlar ao menos 17.

O PSUV ganhou, de acordo com o CNE, nos estados de Amazonas, Apure, Aragua, Barinas, Carabobo, Cojedes, Falcón, Guárico, Lara, Miranda, Monagas, Portuguesa, Sucre, Trujillo, Yaracuy, Delta Amacuro e Vargas.

A oposição (MUD), que esperava vencer as eleições em ao menos 13 estados, levou os estados de Anzoátegui, Mérida, Nueva Esparta, Táchira e Zulia, segundo o CNE.

A oposição perdeu a joia da coroa, o estado de Miranda, que era governado desde 2009 pelo ex-candidato à presidência Henrique Capriles. O chavismo foi derrotado nos estados estratégicos de Zulia e Táchira, fronteiriços com a Colômbia, segundo a France Presse.

Votação no domingo

Neste domingo, a oposição venezuelana e o chavismo mediram forças pelos 23 governos do país em eleições nas quais foram convocados pouco mais de 18 milhões de eleitores.

Apesar de algumas denúncias de irregularidade, a votação foi realizada em um clima tranquilo. O Foro Penal Venezuelano diz que 23 pessoas foram detidas e o ministro da Defesa, Vladimir Padrino López, informou que foram registrados 26 delitos eleitorais.

Antes mesmo da divulgação do primeiro boletim, a oposição da Venezuela, reunida na MUD, informou ter “sérias suspeitas” e dúvidas sobre os resultados, pois assegurou que tem informações diferentes das do CNE.

“Todo o nível de participação vivido hoje é muito diferente desses resultados que vão ser anunciados, já alertamos à comunidade internacional”, disse o chefe de campanha da MUD, Gerardo Blyde.

Cercado por líderes do PSUV e de comandantes militares, Maduro já havia criticado Blyde por advertir, antes da divulgação dos números oficiais, que a oposição tinha “sérias suspeitas, dúvidas, sobre os resultados que serão anunciados”.

“Alguns dirigentes saíram a cantar fraude (…) Pelo amor de Deus, acatem os resultados transparentes”, afirmou o presidente.

Crise política

Este foi o primeiro duelo eleitoral desde a grande vitória da oposição nas legislativas de 2015, quando rompeu uma hegemonia chavista de 18 anos.

Essas eleições para governador aconteceram com um ano de atraso e depois de dois meses de trégua, depois dos protestos convocados pela MUD que deixaram 125 mortos entre abril e julho.

Essa votação era considerada uma oportunidade para a oposição mostrar sua força, após uma incipiente tentativa de diálogo com mediação internacional.

Porém, com os resultados anunciados no domingo, “a via de negociação política entre governo e oposição para resgatar equilíbrios se rompe estrepitosamente”, segundo o analista Luis Vicente León, citado pela France Presse.

Desde a eleição da Constituinte em 30 de julho, os protestos cessaram, mas o país continua sendo uma panela de pressão: está à beira da hiperinflação, com uma severa escassez de alimentos e remédios, além de uma queda do PIB que, segundo o FMI, será de 12% este ano.

G1

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