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Ano termina com número recorde de 251 jornalistas presos no mundo, diz CPJ

jornalistas presos no mundoO número de jornalistas presos pelo exercício de sua profissão no mundo todo aumentou pelo terceiro ano consecutivo até se situar em 251, a maioria deles na Turquia, de acordo com um relatório publicado nesta quinta-feira pelo Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ).

Os 251 presos supõem um número recorde desde que existe o acompanhamento por parte do CPJ, que destacou que um mundo com centenas de jornalistas na prisão se transformou na “nova normalidade”.

A Turquia, com 68 jornalistas presos, é o país que lidera este ranking, seguido por China (47), Egito (25) e Arábia Saudita (16).

A Eritreia completa os cinco primeiros lugares da lista, também com 16, mas a CPJ alertou que desconhece se esses jornalistas, em sua maioria presos desde 2001, continuam vivos.

Outros países com jornalistas na prisão são Vietnã (11), Azerbaijão e Camarões (7).

Cerca de 70% dos jornalistas presos no mundo todo foram detidos por crimes contra o Estado. Na Turquia, por exemplo, a maioria é acusada de laços com o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK, na sigla em curdo), a guerrilha curda do país.

O relatório também destaca o aumento de jornalistas detidos pela divulgação de “notícias falsas”, que em dois anos passaram de nove para 28. A maioria de presos atualmente por esse motivo, 19, está no Egito.

O CPJ lembrou que esse aumento ocorreu em paralelo à intensificação da retórica global sobre as “notícias falsas” (“fake news”), que tem como maior expoente o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Além disso, não há informações sobre as acusações que pesam sobre 18% dos presos.

Quanto ao continente americano, figuram na lista a Venezuela, com três presos, e o Brasil, com um, enquanto nos EUA, “onde os jornalistas enfrentaram uma retórica hostil e violência física”, não há profissionais na prisão, mas houve nove detenções ao longo do ano.

O relatório também revela que na Europa há um jornalista russo preso na Ucrânia e outro ucraniano na Rússia, enquanto na Etiópia não há profissionais presos pela primeira vez desde 2004 e no Uzbequistão pela primeira vez em 20 anos.

Com esses números em mãos, o CPJ concluiu que a “abordagem autoritária” às coberturas jornalísticas críticas se transformou em algo maior que um aumento temporário, e que um mundo com centenas de jornalistas detidos é “a nova normalidade”.

Agência EFE

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