Agosto das Letras homenageia Ariano Suassuna e tem programação em Taperoá
A quinta edição do Agosto das Letras estará, nesta quinta-feira (8), em Taperoá, cidade onde nasceu o escritor paraibano Ariano Suassuna – homenageado deste festival realizado pela Fundação Espaço Cultural da Paraíba (Funesc). A partir das 20h, o projeto Interatos, dentro da programação do Agosto das Letras, terá o experimento cênico ‘Meu Reino de Ariano’, com atuação de Luiz Carlos Vasconcelos e direção de João Paulo Soares. O evento é gratuito e acontece na Igreja de São Sebastião.
Programação do Agosto das Letras começa nesta quarta-feira (7), com a abertura oficial da exposição ‘Em Nome do Pai’, de Manoel Dantas Suassuna, na Casa de Ariano, a partir das 19h. No mesmo horário e no mesmo local, tem apresentação de ‘Pulo da gaita’, com Professor Markün e Gabrielle Souza, da EMEF Coronel Pedro de Farias.
Na quarta e quinta-feira, a programação contará, ainda, com ‘Capacitação para Profissionais que Atuam em Bibliotecas’, com Cybelle Macedo e Tatiana Cavalcante. A oficina será na Biblioteca Pública, das 8h30 às 13h30. Outra capacitação será oferecida no dia 8: ‘Teatro de Bonecos – Manipulação e Narrativas do Boneco Popular’, com a companhia Boca de Cena, no auditório da EMEF Coronel Pedro de Farias.
Também no dia 8, das 9h às 14h, a programação do Agosto das Letras prevê a ‘Rota Cultural – Centro Histórico e Fazenda Carnaúba’, com Manuel Dantas (Dantinhas). No dia seguinte, sexta-feira, a partir das 9h30, tem mais espetáculo: ‘Brincadeira de criança’, com a companhia Boca de Cena, no auditório da EMEF Coronel Pedro de Farias.
Durante este mês, a programação do Agosto das Letras também passará pelas cidades de Mamanguape (dia 14), Itaporanga (dia 21) e Cabedelo (dia 28), com espetáculos nas áreas de teatro, dança e circo (através do projeto Interatos, que tem patrocínio do Bradesco). Também haverá uma série de lançamentos de livros, palestras e debates.
A abertura do festival Agosto das letras foi realizada no último dia 2, no Teatro Santa Roza, no Centro de João Pessoa. Diversas autoridades, gestores culturais, artistas e consumidores de arte lotaram o teatro. Após as falas de Renata Costa (Plano Municipal de Livro e Leitura do Rio de Janeiro), Maria Eunice (prefeita de Mamanguape) e Nézia Gomes (presidenta da Funesc, a plateia assistiu ao espetáculo ‘A Pedra do Reino’ (baseado na obra de Ariano), com o grupo de alunos de Teatro da Funesc, sob direção de Suzy Lopes e Tony Silva.
‘Meu Reino de Ariano’ – Conforme o diretor João Paulo Soares, o que vai ser apresentado em Taperoá serão trechos em forma de leitura dramatizada do ‘O Reino de Ariano’, que teve sua gênese no convite do Tribunal de Contas do Estado da Paraíba – TCE/PB, para que o ator Luiz Carlos Vasconcelos apresentasse, em novembro de 2014, alguns textos de Ariano Suassuna na inauguração do espaço cultural que homenageava o escritor paraibano com seu nome.
Ainda de acordo com João Paulo, decidiu-se, após aquela apresentação, continuar trabalhando e incluindo outros textos de Suassuna, tanto da sua poesia, dramaturgia e romances quanto de toda sua produção intelectual. Assim nasceu ‘O Reino de Ariano’, que realizou um fim de semana de Ensaios Abertos em janeiro passado na Sala Experimental da Piollin com muito sucesso e segue em processo de montagem. “É uma versão nova, incluindo textos de Luiz Carlos Vasconcelos”, disse o diretor.
O espetáculo reúne cenas com as personagens Quaderna e os irmãos Arésio, Sinésio e Silvestre d’A Pedra do Reino, João Grilo e Chicó, de O Auto da Compadecida, além de Ariano e outros personagens marcantes do seu universo.
Luiz Carlos Vasconcelos – Há 35 anos ele se transforma no palhaço Xuxu, já tendo se apresentado por quase todo Brasil, além da América Latina, Europa e Ásia. Vasconcelos realizou estudos no Laboratório Internacional de Atores do Odin Teatret da Dinamarca entre 1988 e 1989. Como diretor de teatro, em 92, adapta e dirige a montagem de “Vau da Sarapalha” de um conto de Guimarães Rosa, com o Piollin Grupo de Teatro, percorreu o Brasil e vários países da Europa e América Latina, conquistando crítica e público. Recebeu vários prêmios – inclusive o Prêmio da Associação Internacional de Críticos de Teatro – AICT de 1994 – está em cartaz faz 21 anos.
Realizou o Iº Festival de Palhaços da Paraiba em 1983; o II Encontro de Palhaços – Aberto aos Mateus e Catirinas da Região em 1997, e O Riso da Terra – Feira de Arte Popular Cômica / Encontro mundial de Palhaços / Fórum do Riso em 2001.
Luiz Carlos estreou como ator de cinema interpretando o cangaceiro Lampião em “Baile perfumado”, de Lírio Ferreira e Paulo Caldas (1997), pelo qual ganhou o prêmio de melhor Ator Coadjuvante da Associação de Críticos de Arte de São Paulo (APCA). Em 1999, fez um dos papéis principais em “O primeiro dia”, de Daniela Thomas e Walter Salles, pelo qual volta a ganhar o APCA de Melhor Ator de Cinama. Outro papel de destaque no cinema veio em “Eu, tu, eles”, de Andrucha Waddington, selecionado para a mostra “Um certo olhar” do Festival de Cannes de 2000 e pelo qual recebe, pela terceira vez, o prêmio de melhor ator de cinema da APCA.
Ainda no cinema pôde ser visto no papel do brincante Salustiano em “Abril Despedaçado” de Walter Salles e no longa “Carandiru”, de Hector Babenco, em que interpreta o médico Dráuzio Varela; e na tevê como o malandro Pé-de-Vento da minissérie “Pastores da noite”, adaptada da obra de Jorge Amado.
Em 2006 participou dos filmes “MUTUM” de Sandra Kogut; protagonizou “O Romance do Vaqueiro Voador” de Manfredo Caldas; “O Sol do Meio Dia” de Eliane Café e atuou como ator convidado, da série de TV “A Pedra do Reino” de Luiz Fernando Carvalho. Em 2007 protagonizou o filme “O Homem Mau Dorme Bem” de Geraldo Morais e gravou a série de TV “Queridos Amigos” de Denise Sarracene.
Em 2009, ganha o prêmio de melhor ator no Festival do Rio com o filme “O Sol do Meio Dia” de Eliane Café. Em 2011, como ator convidado, grava a novela “A Vida da Gente” de Lícia Manzo, em 2012 participa do filme “O Tempo e o Vento” e em 2013, participa da novela “A Flor do Caribe” de Walter Negrão, todas com direção de Jayme Monjardim. Em 2013 participa ainda do curta “Acalanto” (de Arturo Saboia) e do curta “Fragma” (de Eduardo Morais).
Em 2014, participa da novela “Geração Brasil” de Felipe Miguez e Isabel de Oliveira com direção de Maria de Médicis e Natália Grimberg. Também atuou na super série ‘Justiça’ e – recentemente – de ‘Aruanas’ (série original da Globo Play).
O diretor – Natural de Fortaleza (CE), o diretor João Paulo Soares é formado como ator pela Faculdade da Cidade. Em Londres, estudou no Greenhill College e, no Stanmore College, se dedicou ao estudo do cinema de Bergman. Em teatro protagoniza o espetáculo “A Gaivota” de Anton Tchekhov do Grupo Piollin (Paraíba). Direção de Haroldo Rêgo, que excursionou por várias cidades brasileiras.
Fez “Senhora dos Afogados” de Nelson Rodrigues e dirigido por Enrique Diaz em 1991 no Rio de Janeiro. Participou de “Casa de Orates” de Artur Azevedo, com direção de Pascoal Villaboim e “Zelda”, com texto e direção de Henrique Antoun, que ficou em cartaz no Teatro Casa de Cultura Laura Alvim.
Dentre outros trabalhos em teatro, destacam-se “O Mambembe” de Artur Azevedo e direção de Marcos Fayad, “O Estranho”, uma criação coletiva, baseada no filme “The Stranger” de Orson Welles; “The Munsters’ Scary Little Christmas” e “A House Divided”, também como criação coletiva na Prática de Montagem do Curso de Interpretação no Greenhill College, por Sheila Tracey e Fergus Pollard, em Londres. Fez “Bodas de Sangue” de Garcia Lorca e direção de Felipe Sampaio, “Álbum de Família” de Nelson Rodrigues, com direção de Kleber e Julia Saboya e “Morte e Vida Severina” de João Cabral de Melo Neto.
Entre seus principais trabalhos em cinema, estão “Folia de Reis”, longametragem inédito com direção de Rosemberg Cariry, realizado em 2010, e “Disseram que voltei americanizada”, um curta de ficção com direção de Vítor Ângelo. É integrante do Grupo Piollin, coordena e dirige leituras, oficinas e cursos de teatro. Também leciona a atores no Cearte, em João Pessoa, Paraíba e dirige Luiz Carlos Vasconcelos em “O Reino de Ariano”.
DÍÁRIOPB com Assessoria