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Advogada recebia relatórios de Ramagem com instruções para anular investigação contra Flávio Bolsonaro

Segundo ex-sócia da advogada, pelo menos três relatórios foram produzidos

A advogada Juliana Bierrenbach afirmou a Guilherme Amado, do Metrópoles, nesta terça-feira (16) que sua ex-sócia, Luciana Pires, que defendia Flávio Bolsonaro (PL) no caso das rachadinhas, recebia relatórios com orientações de como buscar provas para tentar anular as investigações contra o senador. Juliana citou três relatórios enviados por Ramagem, na época diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

As duas advogadas participaram de uma reunião com Bolsonaro, Ramagem e o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSi), Augusto Heleno, no Palácio do Planalto em agosto de 2020. No encontro, gravado pelo ex-diretor da Abin, foram discutidos meios para uma contrainvestigação que provasse nulidades na investigação contra o senador pela prática de rachadinha, a partir de uma suposta atuação ilegal da Receita Federal.

“Ela [Luciana Pires] me encaminhou [os relatórios] por WhatsApp, recebi isso da Luciana Pires. Agora, eu não sei, não tenho como dizer pra você se isso foi escrito por ela, pelo Ramagem, pela Abin, pelo Flávio, não sei. Foi enviado por ela”, disse Juliana.

Os relatórios detalhavam uma suposta organização criminosa em atuação na Receita Federal que teria feito um escrutínio ilegal nos dados fiscais de Flávio Bolsonaro para abastecer o ‘inquérito das rachadinhas’. Os dois documentos foram enviados por WhatsApp para Flávio e depois por ele repassados a sua advogada.

Juliana Bierrenbach afirmou que considerou os relatórios “muito tolos” e que teve um encontro na época com o chefe da Receita Federal na época, José Barroso Tostes Neto, antes de acessar o material. Segundo ela, não houve utilidade nos relatórios passados a ela e não entendia que eles vinham da Abin.

“Tive acesso a três relatórios desses, que me pareciam, com todo respeito, muito tolos, tolos, muito tolos. Basta dizer que era um documento que talvez fosse da Abin e que me dava um codinome de Juliete, pelo amor de Deus. Seja lá por que for, era uma decisão equivocada, não tinha nem como olhar para aquilo e entender aquilo com seriedade. Nunca entendi que aqueles relatórios fossem da Abin”, disse.

Com Brasil 247

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