Acordo com as Farc põe fim a 50 anos de conflito na Colômbia
O presidente colombiano, Juan Manuel Santos, enviou ao Congresso do país o texto do acordo de paz com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia depois de mais de 50 anos de conflito.
A Colômbia que olha para a frente foi para as ruas exorcizar os 52 anos de guerra.
“É um momento histórico, a chance de sonhar com a paz”, comemorou Ana Maria.
Como ela, 75% da população nasceu durante o conflito armado mais longo das Américas, que matou mais de 220 mil pessoas e desalojou cinco milhões.
As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia surgiram nos anos 1960 como uma guerrilha marxista na selva, que chegou a controlar um terço do país. Transformou-se num grupo sangrento, financiado pelo narcotráfico, e conhecido pelos sequestros de crianças e políticos.
O acordo firmado em Cuba estabelece vários pontos, entre eles que os rebeldes entreguem as armas e que o governo promova a reforma agrária. Muitos guerrilheiros serão perdoados e o grupo participará do processo eleitoral, com direito a dez cadeiras no Congresso.
Todo o processo está sendo monitorado pela ONU. Mas, para entrar em vigor, o acordo precisa ser aprovado num plebiscito em 2 de outubro. É o povo da Colômbia quem vai decidir se chegou a hora de virar a página do maior trauma do país.
O presidente Juan Manuel Santos anunciou: “É o começo do fim do sofrimento, da dor e da tragédia”.
O antecessor Álvaro Uribe, que enfraqueceu as Farc com a ajuda financeira e militar dos Estados Unidos, é contra a anistia para os criminosos como vários outros políticos de oposição.
Já o presidente americano Barack Obama celebrou e prometeu mais dinheiro para segurança.
Os dois lados têm vários desafios pela frente. Um deles é integrar à sociedade jovens soldados, sequestrados e treinados na floresta. Outro é o racha entre os guerrilheiros.
Se as Farc saírem de cena, quem vai controlar o lucrativo tráfico de drogas? É uma das perguntas que a nova Colômbia vai ter de responder.
G1