Ação da PM durante baile funk em Paraisópolis foi criminosa, diz advogado de direitos humanos
A ação da Polícia Militar durante um baile funk em Paraisópolis, periferia da zona sul de São Paulo, provocando a morte de nove adolescentes pisoteados, foi criminosa e os agentes deveriam estar afastados e presos. A opinião é do advogado Ariel de Castro Alves, conselheiro do Condepe (Conselho Estadual de Direitos Humanos).
Vinculado à Secretaria da Justiça e Cidadania do governo, o órgão tem como função apurar, denunciar e acompanhar investigações que ferem os direitos humanos no Estado de São Paulo.
“Ontem antes de ver os vídeos, considerava a ação da polícia desastrosa, porque gerou tumultos e mortes em nome de uma suposta perseguição policial. Mas após ver esses vídeos, considero a ação dos PMs criminosa”, disse o advogado, em referência a vídeos feitos em celulares e divulgados pelos moradores da comunidade.
“Os vídeos mostram torturas, abusos de autoridade, agressões e que os jovens foram encurralados pelos policiais. Demonstram que os PMs são os principais responsáveis pela tragédia”, acrescentou. E a perseguição policial alegada pelos PMs para entrarem no baile na comunidade pode ser apenas um álibi, uma tentativa de justificar a ação. Eles sequer comprovam a citada perseguição policial”, disse ainda o advogado.
Para ele, “ainda que tivesse perseguição, esse tipo de ação violenta para dispersar um grande número adolescentes e jovens em vielas e becos só podia resultar em tragédia. Esses PMs deveriam estar afastados e presos”.
Na noite deste domingo 1, um dia depois do massacre, moradores de Paraisópolis protestaram contra a violência e pediram o fim da Polícia Militar.
Segundo a Prefeitura de São Paulo, 12 pessoas foram hospitalizadas. A Polícia Civil começa a ouvir testemunhas nesta segunda-feira 2.
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